A preocupação com o cenário fiscal no Brasil, as eleições presidenciais nos EUA e a segunda onda de contágio de Covid-19 pesaram nas carteiras recomendadas de analistas para o mês de novembro. Esse período também terá influência da temporada de balanços, com as divulgações do terceiro trimestre já em curso.
As incertezas devem continuar afetando a valorização dos ativos na bolsa brasileira. Isso já aconteceu em outubro, quando o Ibovespa registrou queda pela terceira vez no ano. No mês passado, o índice caiu 0,69%, contra queda de 29,90% no terceiro mês do ano.
Considerando esse cenário, as carteiras recomendadas pelos analistas para novembro são puxadas pela Vale (VALE3) e Magazine Luiza (MGLU3), cada uma com 8 menções. Em seguida, aparece a Petrobras (PETR4), com 6 recomendações.
Para fazer esse levantamento, compilamos as recomendações de ações de 15 casas de investimentos.
Outros papéis que também tiveram menções relevantes foram B3 (B3SA3), Gerdau (GGBR4) e Locaweb (LWSA3).
Vale (VALE3)
A Vale (VALE3) tem aparecido mês após mês no topo do ranking de recomendações dos analistas. Nesse sentido, o câmbio tem jogado a favor da empresa, além da demanda chinesa aquecida. O preço do minério continua acima de US$ 100, o que também beneficia companhia brasileira que é uma das três maiores mineradoras do mundo.
A ativa afirma que sobram motivos para contestar o alto desconto pelo qual o Ebitda de 2021 é negociado (3,8x), na comaparação com seus pares. Essa relação é de 6,1x na Rio Tinto e de 6,4x na BHP.
De acordo com a Ativa, a retomada do pagamento de juros sobre capital próprio (JCP), em agosto, e de dividendos em setembro é mais um forte indicativo da saúde da empresa.
Para Mirae, o resultado da Vale no terceiro trimestre superou as expectativas.
O faturamento do trimestre atingiu R$ 58 bilhões, alta de 43% sobre o segundo trimestre.
Enquanto o Ebitda da Vale foi de R$ 33 bilhões, aumento de 81% sobre o trimestre anterior. Em relação ao mesmo período do ano passado, a alta é de 79%. Esse resultado também superou as projeções do mercado.
Magazine Luiza (MGLU3)
Em relatório, a Mirae Asset escreveu que a base de clientes no e-commerce da Magazine Luiza continua surpreendendo positivamente.
Além disso, o resultado operacional ficou acima da expectativa.
A Mirae acredita que Magazine Luiza terá um cenário favorável nos próximos meses, com melhora de margens e de resultado. Entre os fatores que explicam esse otimismo com a empresa estão:
- A abertura das lojas físicas
- Forte crescimento no e-commerce
- Aumento significativo na base de clientes
- Expectativa de um cenário de recuperação gradual da economia, com cenário de juros e de inflação baixos
O BTG compartilha da mesma visão da Mirae.
De acordo com o BTG, a varejista está bem posicionada para continuar crescendo acima do mercado.
Por fim, a Mirae espera que a Magazine Luiza continue estudando novas aquisições e inaugurando novas lojas ao longo dos próximos meses.
Petrobras (PETR4)
De acordo com a Ativa, apesar de o resultado do terceiro trimestre ter vindo abaixo das expectativas, os números apontam um prognóstico mais animador para a companhia no médio prazo.
Os analistas veem um ganho de performance com a condições mercadológicas mais favoráveis neste segundo semestre. Isso porque a petroleira mostrou resiliência operacional e disciplina financeira para suportar a queda da demanda e a fraqueza do preço do petróleo nos últimos meses.
O BTG também ressalta a resiliência da Petrobras. Segundo o banco, mesmo sob um ‘novo normal’ para os preços do petróleo, a empresa sustentou resultados e manteve uma produção de primeira linha.
Embora o BTG permaneça conservador sobre o ritmo de recuperação no preço do petróleo, o foco da estatal em projetos de alto retorno na área do pré-sal significa que deve ser capaz de reduzir o breakeven do petróleo abaixo de US$ 30. Isso abre caminho para lucros sustentáveis.
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