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Lucro de Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) sobe 21% no 4º trimestre

Lucro de Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) sobe 21% no 4º trimestre

O lucro conjunto dos três maiores bancos privados do país, Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4), somou R$ 16,13 bilhões no 4º trimestre do an passado, uma alta de 21% sobre o mesmo período de 2019.

Assim, após dois trimestres consecutivos fortemente impactados pelos reflexos da pandemia da Covid-19, o setor bancário recuperou parte das perdas do ano passado.

Mais do que isso, sinaliza uma melhora para este ano, sobretudo com a gordura realizada por meio das proviões do ano passado, que poderão ser consumidas em 2021.

Bancos: destaques

O que mais se destacou foi o Bradesco, que apresentou o maior lucro trimestral de toda a história do banco. O lucro líquido no quarto trimestre foi R$ 6,801 bilhões. Ou seja, crescimento de 35,2% em relação ao trimestre anterior. No comparativo com o mesmo período de 2019, a alta foi de 2,3%.

Os R$ 3,958 bilhões de lucro líquido do Santander representam uma alta de 1,4% em relação ao terceiro trimestre de 2020.

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Já o Itaú Unibanco lucrou R$ 5,388 bilhões de outubro a dezembro, alta de 7,1% em relação ao terceiro trimestre, mas retração de 26,1% sobre o lucro do mesmo período de 2019.

Entre os bancos, os bons resultados foram impulsionados, principalmente, pela forte recuperação das receitas com serviços de cartões e seguros e projeções mais positivas para 2021 após um 2020 de muitas incertezas.

Lucro 2020

Apesar das altas do quarto trimestre, o acumulado de 2020 foi queda do lucro líquido, consolidado, para os três maiores bancos do país, em decorrência dos impactos da crise do coronavírus.

Somando os lucros líquidos de 2020 das três instituições o montante foi de R$ 51,8 bilhões (R$ 19,45 bilhões de Bradesco, R$ 18,5 bilhões de Itaú e R$ 13,84 bilhões de Santander). O valor é 24,6% menor do que o ano de 2019.

Mas, segundo as empresas, a fase ruim ficou para trás, e os resultados do quarto trimestre mostram que 2021 pode ser bem mais positivo.

Lucro dos bancos deve melhorar com menores provisões

Um dos principais fatores a mexer com o lucro dos bancos no quarto trimestre foi o PDD (provisão para devedores duvidosos); ou seja, aumento de despesas para encobrir possíveis calotes, que somaram R$ 78 bilhões. A queda nas despesas com PDD explica a recuperação dos bancos.

A expectativa é que o risco de crédito de Itaú, Santander e Bradesco deva voltar à normalidade este ano. Em 2020, o risco ficou alto devido às incertezas com a pandemia, mas voltou a diminuir principalmente nos últimos três meses de 2020.

Após o custo do crédito ter chegado a R$ 30 bilhões, o Itaú espera ter um custo de crédito entre R$ 21,3 bilhões e R$ 24,3 bilhões em 2021.

O Bradesco chegou a bater R$ 25,8 bilhões. Mas, agora, a projeção de despesas líquidas com provisões é de R$ 14 bilhões a R$ 17 bilhões.

O Santander concentrou sua provisão no segundo trimestre do ano passado, o que auxiliou no desempenho do terceiro trimestre. Assim, no ano passado a provisão para créditos de liquidação duvidosa alcançou R$ 15,7 bilhões. Ou seja, crescimento de 30,2% ante 2019, por conta da provisão extraordinária feita no segundo trimestre. Para 2021, o banco não divulgou expectativa.

Receitas somam R$ 74,2 bilhões

O quarto trimestre também trouxe aumento de receitas para Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4).

O Santander somou R$ 17,52 bilhões em receitas totais no 4TRI20 (alta de +2% em relação ao trimestre anterior). No acumulado de 2020, o banco registrou receita de R$ 69,5 bilhões, alta de 4,4%.

As receitas do Itaú somaram R$ 29,1 bilhões no 4TRI20, alta de 2,8% no comparativo com o trimestre anterior. No acumulado de 2020, o banco somou R$ 114,7 bilhões com receitas de produtos bancários, queda de -4,2% em relação a 2019.

O Bradesco apresentou receita líquida de R$ 27,65 bilhões no 4TRI20. Assim, houve queda de -2% em relação ao trimestre anterior.

Contratos de FII de agências bancárias são quase sempre de longo prazo

Bancos sentem impacto do PIX

As receitas com serviços e seguros foram os destaques dos bancos. No banco Itaú, o valor foi de R$ 11,5 bilhões, alta de 4,5% trimestre contra trimestre e de 6,9% ano contra ano, superando o 4TRI19, apesar dos impactos do PIX e da cisão e alienação da participação na XP Investimentos.

No Itaú, as receitas de serviços de conta corrente tiveram queda de 2,2% em relação ao trimestre anterior, devido à isenção de tarifas a partir de novembro, com a entrada do PIX, que foi parcialmente compensada por maiores receitas com pacotes de conta corrente.

No Bradesco as receitas com serviços também tiveram performance positiva, crescendo 7% no trimestre, mas com queda no comparativo anual. Mesmo considerando as possíveis quedas de receitas por conta do PIX, o banco prevê para 2021 aumento de receitas em tarifas entre 1% e 5%.

A receita com serviços e seguros do Santander cresceu 8,1% t/t e 6,9% a/a no 4TRI20 para R$ 5,1 bilhões.

Margens financeiras variam

A margem financeira bruta do Santander no 4TRI20 ficou em R$ 12,3 bilhões, queda de -0,3% t/t e -1,7% a/a. Apesar da queda, os dados mostram resiliência devido ao crescimento da margem com clientes no trimestre, que expandiu 1,1%, graças a maiores volumes e boa performance do capital de giro próprio.

Já a margem financeira de Itaú no 4TRI20 ficou em R$ 17,5 bilhões, +3,9%t/t e queda de -7,8% a/a. Os resultados vêm como consequência da Selic no menor patamar histórico, mudança no mix de carteira com perfil menos arriscado e spreads mais apertados.

A margem de Bradesco atingiu R$ 16,6 bilhões. Ou seja, aumento de 9% t/t e de 8% a/a, impulsionada pela margem com mercado.

Santander e Itaú aumentam despesas, e Bradesco diminui

O banco Santander aumentou suas despesas gerais em 3,3% t/t e teve um crescimento de +0,8%, abaixo da inflação de 4,25%. O crescimento do 4TRI20 foi influenciado principalmente pelas despesas administrativas do banco.

O Itaú reportou despesas não decorrentes de juros mais altas em +2,4% t/t e +5,1% t/t. No comparativo entre os trimestres a elevação é em decorrência do aumento de despesas de pessoas relacionadas a demissões e aumento das despesas administrativas.

Por outro lado, o Bradesco encerrou 2020 com redução de R$ 3,2 bilhões ou 6,6% de receitas operacionais. A queda nas despesas ajudou o resultado do 4TRI20 e também do ano. As projeções do banco indicam que os ganhos de eficiência devem permanecer em 2021.

ROAE de volta aos níveis pré-pandemia

O ROAE (retorno sobre o patrimônio líquido) trimestral do banco Bradesco ficou em 20% no 4TRI20, e voltou ao patamar pré-pandemia (de 2019). O indicador cresceu +4,8 p.p. no trimestre e caiu -1,2 p.p. no comparativo com o 4TRI19.

Já o ROE (retro sobre patrimônio líquido) do Santander em 2020 ficou em 19,1%, também próximo do valor de 2019, que foi de 21,3% em 2019.

O ROAE do Itaú foi o mais baixo dos três, ficou em 14,5% em 2020, abaixo dos 23,7% de 2019. Mas no trimestre houve alta. O ROAE do Itaú ficou em 16,1% no 4TRI20 versus 22,8% no 4TRI19 e 15,7% no 3TRI20. Assim, este foi o melhor trimestre de 2020 para o banco em termos de ROAE.