O Fundo Monetário Internacional (FMI) está preocupado com o surgimento de variantes da Covid-19, e reforçou o alerta para os governos não baixarem a guarda.
Gerry Rice, porta-voz da entidade, concedeu entrevista online nesta quinta (14), na qual deixou claro que há necessidade de um esforço dos países para manter as políticas fiscais e monetárias sob controle.
“A economia global está em um momento crítico. Resta uma grande incerteza, e a perspectiva de um período ainda muito difícil pela frente, com surtos de infecção e as pessoas continuando a sofrer”, pontuou.
De acordo com Rice, o FMI divulgará, na terça-feira (26), as novas projeções para a economia global, já com o cenário incorporando o avanço e distribuição de vacinas contra a Covid-19 e os novos pacotes de estímulo à economia nos Estados Unidos e no Japão.
Última projeção do FMI
Em seu último relatório, divulgado em outubro do ano passado, antes do surgimento de uma vacina efetiva (ou das novas variantes do coronavírus), o FMI projetou uma queda de 4,4% para o PIB global, com crescimento de 5,2% em 2021.
Agora, Gina Gopinath, economista-chefe da instituição, espera ver as injeções nas economias de Japão e Estados Unidos impulsionarem outros países no segundo semestre, o que faria com que as projeções do dia 26 fossem, enfim, menos pessimistas para o cenário econômico mundial.
Brasil
Em dezembro, o FMI também abordou especificamente o cenário do Brasil. De acordo com relatório anual sobre a economia brasileira, o FMI também ressaltou a importância de o país cumprir o teto de gastos. Além disso, chamou atenção para o elevado risco à sustentabilidade da dívida pública. O relatório aponta este como um dos potenciais dilemas a serem enfrentados pelo país no próximo ano.
Técnicos responsáveis pelo relatório avaliaram de forma favorável as medidas tomadas até então pelo governo no enfrentamento da crise. Eles defenderam que a prioridade das políticas públicas deve ser a sustentabilidade da dívida. Dessa forma, portanto, limitando os impactos negativos da pandemia.
“Ao mesmo tempo, no caso de as condições econômicas ficarem significativamente piores do que o esperado, a maioria dos diretores enfatizou que as autoridades devem estar preparadas para fornecer apoio direcionado adicional e saudou a vontade das autoridades de considerar essa possibilidade”, afirmou o Fundo em nota à imprensa.
