A BTG Pactual Asset Management lançou o GOLB11, fundo de índice (ETF) que combina contratos futuros de ouro com Letras Financeiras do Tesouro (LFTs). O produto traz uma novidade ao mercado, sendo o primeiro ETF brasileiro a unir contratos futuros com títulos Tesouro Selic.
O produto, desenvolvido em parceria com a B3 (B3SA3), replica o Índice Futuro de Ouro B3 (IFGOLD B3), que reflete o desempenho de uma carteira teórica composta pelo primeiro vencimento do contrato futuro de ouro (GLD).
Com liquidez D+2, taxa de administração de 0,40% ao ano, tributação de 15% sobre ganho de capital e investimento inicial de R$ 100, o GOLB11 busca oferecer exposição prática, eficiente e de baixo custo ao ouro, unindo a valorização do metal — cotado em dólar — ao rendimento do CDI, obtido pela aplicação do caixa em LFTs usadas como margem de garantia.
“Em parceria com a B3, desenvolvemos o GOLB11 para trazer ao investidor uma solução inovadora e eficiente de exposição ao ouro. Ao combinar contratos futuros de ouro com LFTs, o fundo permite acesso direto ao metal, mantendo a rentabilidade do caixa atrelada ao CDI, em uma estrutura pioneira e de baixo custo no mercado local”, afirma Eduardo Miquelotti, Head de Fundos Indexados & ETFs da BTG Pactual Asset.
“O lançamento do GOLB11 é mais um passo na consolidação da BTG Pactual Asset Management como referência em inovação e eficiência no mercado brasileiro de ETFs. Seguimos comprometidos em ampliar o acesso a produtos de qualidade, com estruturas sofisticadas e custo competitivo”, completa Rubens Henriques, CEO da gestora.
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Como o ETF funciona
O GOLB11 tem como referência o Índice Futuro de Ouro B3 (IFGOLD B3), criado para refletir o desempenho do primeiro vencimento do contrato futuro de ouro negociado na Bolsa. A cada ciclo de vencimento, o índice realiza a rolagem automática da posição, garantindo exposição contínua ao preço do ouro no mercado internacional.
A grande inovação está na estrutura dual do produto. Enquanto os contratos futuros de ouro garantem a exposição cambial e a variação do metal, o caixa do fundo é mantido em LFTs, títulos públicos federais atrelados à taxa Selic, utilizados como margem de garantia. Essa combinação permite que o investidor tenha, simultaneamente, a valorização do ouro e a remuneração do CDI, sem a necessidade de operar contratos futuros ou lidar com os custos logísticos do ouro físico.
Em outras palavras, o GOLB11 atua como uma ponte entre dois mundos: o da proteção cambial e o da renda pós-fixada, mantendo o portfólio sempre 100% alocado e com eficiência operacional e tributária.
Contexto: ouro nas máximas e demanda por proteção
O lançamento do GOLB11 ocorre em um momento de forte valorização do ouro nos mercados globais. Esse ambiente de valorização e busca por proteção abriu espaço para a criação de novos veículos de investimento em ouro.
Em 2025, o metal acumulou dezenas de recordes históricos e chegou a ser cotado acima de US$ 4,1 mil por onça-troy, impulsionado pela combinação de juros reais baixos, expectativas de novos cortes pelo Federal Reserve, compras recordes de bancos centrais e tensões geopolíticas persistentes entre potências econômicas.
Especialistas apontam que a “nova corrida do ouro” é sustentada por fundamentos sólidos. A estrategista de commodities Lina Thomas, do Goldman Sachs Research, afirma que “o rali do ouro não é um frenesi, mas uma resposta racional às condições macroeconômicas”. O banco projeta que o metal alcance US$ 4.900 até o fim de 2026.
No Brasil, o movimento também reflete a busca crescente por proteção cambial e diversificação de portfólio. Segundo Elias Wiggers, assessor de wealth management da EQI Investimentos, o ouro cumpre função essencial como hedge contra crises globais e desvalorização monetária. Ele recomenda alocação entre 5% e 10% da carteira em ativos lastreados no metal, como fundos ou ETFs.
“O motivo para utilizarmos ouro é o mesmo que leva bancos centrais a aumentar posição: diminuir a dependência do dólar e proteger o portfólio em meio aos ruídos geopolíticos e fiscais”, explica Wiggers.
Com o ouro em alta e as incertezas globais em evidência, cresce o interesse por instrumentos de investimento que ofereçam exposição ao metal de forma simples, líquida e regulada — o que explica o aumento da oferta de ETFs e fundos temáticos dedicados à commodity.
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Onde o GOLB11 se encaixa
O novo ETF do BTG Pactual complementa as opções já disponíveis no mercado brasileiro, como o GOLD11, que replica o preço internacional do ouro físico, e o AURO11, com estratégia baseada em derivativos e distribuição de renda.
O GOLB11, no entanto, diferencia-se por unir exposição ao contrato futuro dolarizado de ouro à rentabilidade do CDI, o que o torna um produto híbrido — combinando proteção cambial, potencial de valorização e rendimento de curto prazo.





