Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, ressaltou durante entrevista neste sábado (11), que os países do bloco esperam “total cooperação” do Irã sobre o caso da aeronave ucraniana abatida em Teerã.
Em nota divulgada pela entidade, a União Europeia afirmou “reconhecer” as declarações de culpa feitas por membros da alta cúpula do governo iraniano, mas, como já haviam feito representantes de Ucrânia e Canadá, deixou claro que espera mais.
“A UE espera que o Irã continue a cooperar totalmente” e realize uma investigação integral e transparente. Devem ser tomadas medidas apropriadas para garantir que um acidente tão horrível não volte nunca mais a acontecer”, diz o comunicado.
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Presidente e general iraniano lamentam
Mais cedo, também no sábado, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, e o general Amirali Hajizadeh, comandante da seção aeroespacial da Guarda Revolucionária do Irã, lamentaram o ocorrido e assumiram suas participações na tragédia.
Em declarações para a TV estatal do país, publicadas neste sábado pela Folha de S. Paulo, Hajizadeh argumentou que a aeronave da Ukraine International Airlines foi “confundida com um míssil de cruzeiro” (armamento utilizado para liberar ogivas a longas distâncias) e, por isso, acabou abatida por um míssil de curto alcance.
O general assegurou, no entanto, que o soldado responsável pelo disparo do míssil realizou a ação sem receber uma ordem direta, e que tomou tal atitude por conta de “uma interferência nas telecomunicações”.
Assim como fizeram o presidente iraniano, Hassan Rouhani, e Javad Zarif, responsável pelas Relações Exteriores, o comandante da seção aeroespacial também se mostrou transtornado pelo erro que causou a tragédia.
“Preferia estar morto a testemunhar um acidente semelhante”, afirmou.
O presidente do país seguiu a mesma linha em comunicado oficial distribuído para toda a imprensa logo pela manhã.
“Na atmosfera de ameaças e intimidação do agressivo regime americano contra a nação iraniana após o martírio do general Qasem Soleimani, e para nos defendermos de possíveis ataques do exército americano, as Forças Armadas da República Islâmica do Irã estavam em alerta total, o que infelizmente levou a esta terrível catástrofe que tirou a vida de dezenas de pessoas inocentes por causa de erro humano e disparos equivocados”.