A Secretaria do Tesouro Nacional revelou que as contas do governo fecharam março com o melhor resultado desde 2014, ano em que o saldo positivo foi de R$ 4,256 bilhões.
O superávit primário, que ocorre quando as receitas são maiores do que as despesas, foi de R$ 2,101 bilhões no último mês.
De acordo com o Tesouro, o resultado expressivo e recorde para os últimos sete anos se deu por conta da arrecadação recorde de impostos, ainda sem os efeitos da segunda onda da pandemia de Covid19.
A expectativa do governo é que esse impacto nas contas públicas chegue a partir do mês de abril.
As contas no trimestre, segundo o Tesouro
O superávit nas contas do governo também foi registrado no recorde relativo aos três primeiros meses do ano.
Segundo o Tesouro Nacional, entre janeiro e março o saldo está positivo em R$ 24,443 bilhões, uma melhora significativa em relação ao resultado negativo de R$ 2,856 bilhões, registrado no mesmo período do ano passado.
Assim como ocorreu com março, esse trimestre foi o melhor desde 2013, quando fechou com um superávit de R$ 29,772 bilhões.
Déficit fiscal
O governo tem uma meta de déficit fiscal para 2021 de até R$ 247,118 bilhões, sem a inclusão de despesas extras com a pandemia e com a área da saúde ou a nova rodada do auxílio emergencial.
Recentemente, o Ministério da Economia elevou para R$ 286,011 bilhões a previsão para o chamado rombo nas contas do governo.
Segundo O Tesouro, apesar da melhora nas contas, o Brasil ainda é um dos países emergentes mais endividados do mundo.
O órgão revelou que, em fevereiro, a dívida pública ficou acima da média dos demais emergentes (cerca de 65% do PIB). Para o fim deste ano, o órgão estimou que a dívida recue para 87,2% do PIB.
“Dada a elevada carga tributária brasileira, o desafio da agenda fiscal continua sendo o combate ao crescimento persistente das despesas obrigatórias e à rigidez orçamentária, que reduz de forma significativa o espaço para políticas públicas, como investimentos em infraestrutura e programas sociais”, avaliou o Tesouro Nacional.
“A manutenção da regra do teto garante que a expansão temporária da despesa neste ano necessária para o combate aos efeitos da Covid-19 não se torne permanente. Essa é a melhor estratégia para a retomada do processo de consolidação fiscal no país”, concluiu.