O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Kassio Nunes Marques pediu nesta terça-feira (9) vista do processo que avalia a suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos processos da Lava Jato contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O julgamento no Supremo estava em 2 a 2, quando Nunes Marques pediu vista. A retomada do processo ainda não tem nova data.
Na segunda-feira (8), o ministro Edson Fachin anulou todos os processos contra Lula. No entendimento do ministro, a 13ª Vara Federal em Curitiba não tinha competência para julgar o ex-presidente. Esta era a tese que vinha sendo defendida pelos advogados de Lula há cinco anos.
Nesta quarta-feira (10), o ex-presidente deve dar uma entrevista coletiva sobre a anulação dos processos. Com isso, abre-se a possibilidade do petista poder concorrer nas eleições do ano que vem.
A notícia teve impacto no mercado. Após a decisão de Fachin, o dólar subiu para quase R$ 5,80, com alta de 1,67%. Foi o maior aumento da moeda norte-americana em quase dez meses.
STF: para Fachin, processos sobre Moro não precisariam ser votados
Assim, com a anulação dos processos, Fachin defendia que os pedidos de suspeição não precisariam ser julgados. Mas o ministro Gilmar Mendes, presidente da turma do Supremo que avalia a questão, decidiu diferente. Desta forma, optou por manter os pleitos na pauta.
Na votação em plenário, Mendes e o ministro Ricardo Lewandowski votaram a favor da suspeição.
Primeiro a votar, Mendes considerou fatos como a condução coercitiva do ex-presidente, a autorização de escutas no escritório de advogados, suposta atuação para impedir a soltura, retirada do sigilo da delação do ex-ministro Antonio Palocci já em pleno período eleitoral de 2018 e a posterior nomeação de Moro como ministro da Justiça poucos meses após Lula ter sido preso, de acordo com a Agência Brasil. Já para Lewandowski, Moro teria atuado com interesses políticos.
