Nesta terça-feira (27), antes da abertura do mercado, o Santander (SANB11) divulga os resultados do terceiro trimestre de 2020. A expectativa é que o lucro líquido recorrente venha 19,20% abaixo do apresentado no terceiro trimestre e 40,15% acima do mostrado no segundo trimestre.
Foram consideradas as médias das projeções de Eleven, Itaú BBA, UBS e XP, o que dá R$ 2,994 bilhões, contra R$ 3,705 bilhões do terceiro trimestre de 2019 e R$ 2,136 bilhões no segundo trimestre deste ano.
O UBS ressalta que o Santander concentrou suas despesas de provisão para créditos de liquidação duvidosa no segundo trimestre deste ano, quando seu custo de risco atingiu 6,8%.
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Em seu relatório, o UBS espera uma redução considerável deste risco no terceiro trimestre, o que deve causar a expansão significativa do lucro com relação ao segundo trimestre.
O que você verá neste artigo:
Resultados do Santander
O lucro líquido recorrente deve ser favorecido pelo aumento da margem financeira, com impulso dado pelo volume de crédito à pessoa física, financiamento de consumo, com o custo do crédito variando abaixo da expansão estimada para a carteira de crédito.
A Eleven, em seu relatório, estima que as receitas com serviços devem crescer e as despesas gerais devem aumentar, em linha com a inflação, o que “representa um bom controle de custos”.
O Itaú BBA acredita que o Santander apresentará “um dos melhores conjuntos de resultados no terceiro trimestre deste ano”.
“Esperamos que as provisões do banco voltem a níveis quase normalizados, o que deve apoiar os ganhos de ROAE (Return on Average Equity, ou retorno sobre patrimônio líquido) neste trimestre. Prevemos um ROAE de 17%”, diz.
A expectativa de crescimento é parecida com seus pares domésticos.
A melhora com relação ao segundo trimestre é impulsionada pela tarifas, serviços, sobretudo em cartões e mercado de capitais.
Tarifas e serviços
A receita com tarifas e serviços deve atingir R$ 4,331 bilhões, o que é 8,45% menor do que o aferido no terceiro trimestre do ano passado (R$ 4,370 bilhões).
Contudo, na comparação com o segundo trimestre de 2020 (R$ 4,102 bilhões), o aumento passa a ser de 5,57%.
Inadimplência e carteira
“O crescimento da carteira de crédito deve ser impulsionado pelo segmento de pessoa física”, diz o relatório da Eleven, “liderado pela expansão expressiva das linhas de crédito imobiliário, além de micro, pequenas e médias empresas”.
A qualidade da carteira segue a mesma expectativa dos seus pares nacionais: os índices de atraso acima de 90 dias não deverão refletir a realidade, em virtude da crise bastante aguda e prolongada.
Em razão das políticas que o Santander adotou para a inadimplência, o pico poderá ocorrer já no quarto trimestre de 2020. É um ponto a se observar.
Para o Itaú BBA, a carteira de crédito para empresas “provavelmente permanecerá estável”, uma vez que a menor originação de crédito deve ser compensada por uma desvalorização do real.
Como resultado, o NIM (Net Interest Margin, ou margem de juros líquida) “provavelmente continuará a sentir pressão no terceiro trimestre de 2020”.
Provisões
Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) do Santander está estimado em R$ 3,379 bilhões.
O provisionamento, então, deverá ser 48,28% menor que o do segundo trimestre de 2020, e 7,21% maior do que o do terceiro trimestre do ano passado.
“A redução das provisões para créditos de liquidação duvidosa será o principal fator de ganhos no 3T20”, ressalta o Itaú BBA.
O Santander provavelmente monitorará a qualidade de seus ativos antes de criar outra rodada de provisões adicionais.
“Com isso, esperamos que o banco aumente seu índice de cobertura (90 dias) para 310% (de 272% no 2T20)”, diz o Itaú BBA.
Santander no 2T20
O lucro líquido gerencial do Santander no segundo trimestre deste ano totalizou R$ 2,136 bilhões, o que representa uma queda de 15,9% sobre o resultado do mesmo período do ano anterior.
Na comparação com o trimestre anterior, a queda foi de 44,6%.
O retorno anualizado sobre patrimônio líquido médio foi de 21,9% no primeiro trimestre, ante 22,3% no trimestre anterior.
O período de abril a junho foi considerado um retrato do “auge da pandemia” no Brasil, com suas medidas de isolamento mais agudas.
A margem financeira líquida atingiu R$ 10,286 bilhões, crescimento de 11,4% sobre o trimestre anterior.
Os ativos totais atingiram R$ 987,67 bilhões ao final de junho de 2020, crescimento de 18,1% em doze meses e queda de 1,3% em três meses.
O patrimônio líquido alcançou R$ 74,45 bilhões no mesmo período. Desconsiderando o saldo do ágio, o patrimônio líquido foi de R$ 72.455 milhões.
Histórico das ações
No ano, SANB11 perdeu 29,12%, enquanto o Ibovespa recuou 12,44% – dados compilados até o dia 23 de outubro.
Entretanto, no 3T20, as units do Santander caíram apenas 0,21% (1º de julho a 30 de setembro), contra menos 0,48% do Ibovespa.
Em outubro, o ativo está com um rendimento muito bom, com valorização de 20,39%, em face de mais 7,04% do índice brasileiro da bolsa de valores.
Uma das notícias que empolgaram o investidor no período chegou no final de setembro.
O banco comunicou ali a aquisição de 60% do capital da Toro Controle e Participações, holding que controla a Toro Corretora de Títulos e Valores e a Toro Investimentos.
Contudo, não foi informado o valor do negócio.
Assim, o Santander espera ter expertise e escala para atuar no mercado de investimentos, tendo em vista o cenário de taxas de juros baixas que tende a estimular a demanda por produtos de renda variável.
Se você quer investir no mercado de renda variável preencha o formulário abaixo que um assessor da EQI Investimentos vai entrar em contato.