Segundo prévia divulgada nesta quarta-feira (29), o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre deve ficar em -4,8%.
No quarto trimestre de 2019, o PIB teve avanço de 2,1%.
A queda, segundo relatório divulgado pelo Bureau of Economic Analysis, se deu por conta da crise do coronavírus.
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Houve queda acentuada na demanda e na produção do país. Isto devido às medidas de isolamento social recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e as paralisações determinadas por diversos estados.
Os economistas consultados pela Dow Jones aguardavam uma queda menor, de 3,5%.
De acordo com a CNBC, esta é a primeira leitura negativa do PIB norte-americano desde 2014 (quando o resultado foi -1,1%). É também a maior queda desde os -8,4 do quarto trimestre de 2008, durante a crise do subprime.
PIB EUA: economistas enxergam recessão
A maioria dos economistas já vê os EUA em recessão. Mas a definição técnica para recessão é a queda do PIB em dois trimestres consecutivos.
Para Spencer Hill, economista do Goldman Sachs, o resultado consolidado deve ser pior do que o apresentado hoje. “Acreditamos que a realidade econômica durante o trimestre foi ainda pior. Revisões maiores do que o habitual são comuns em recessões e outros períodos de alta volatilidade econômica”, disse à CNBC.
Uma segunda estimativa do primeiro trimestre, com base em dados mais completos, será divulgada dia 28 de maio.
Para o economista Victor Beyruti Guglielmi, da Guide, a recessão começa a “mostrar sua cara na maior economia do mundo”. “As evidências são de que devemos ter uma recuperação mais lenta do que inicialmente projetada”, afirma.
Guglielmi aponta como especialmente preocupante a forte queda no consumo pessoal, que representa cerca de 68% do PIB americano. “Se olharmos para serviços, que naturalmente tem uma queda mais lenta, a queda de 10,2% que o setor sofreu reforça a tese da retomada mais lenta”, diz.
Para ele, a segunda leitura deverá ser ainda pior, assim como o resultado do segundo trimestre. “Deve ser confirmada a a pior recessão desde 1940 na maior economia do mundo”, avalia.