Preso na última semana na Operação Fora da Caixa, por suspeitas de constituir caixa 2 para a campanha de 2014 que levou Hélder Barbalho ao governo do Pará, o ex-senador Luiz Otávio Campos (MDB-PA) foi solto no mesmo dia, mas as provas contra ele não param de aparecer.
Reportagem desta terça-feira (14) publicada pelo jornal O Globo revelou que a Polícia Federal teve acesso a planilhas e registros internos da empreiteira Odebrecht.
Os dados comprovaram que o ex-senador recebeu pagamentos em dinheiro vivo em dois endereços: uma cobertura em Ipanema, no Rio, ocupada por um sobrinho de Luiz Otávio, e um apartamento em São Paulo onde também morava uma sobrinha do parlamentar.
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O apartamento em Ipanema, segundo a Polícia Federal, ficava localizado na avenida Vieira Souto e foi alugado por um amigo do ex-senador, mas a pedido dele. Luiz Otávio bancava todas as despesas, inclusive o aluguel de R$ 50 mil.
O imóvel em São Paulo ficava na Bela Cintra e havia sido alugado pelo mesmo amigo de Luiz Otávio, mas colocado à disposição das filhas dele, “sobrinhas de consideração” do ex-senador.
Os pagamentos registrados no ex-senador contabilizariam R$ 4,5 milhões de acordo com o Drousys, o sistema interno de contabilidade paralela da Odebrecht.
Outro lado
A reportagem do Globo publicou também o posicionamento de Luiz Otávio. O ex-senador admitiu ter solicitado doações eleitorais aos empreiteiros de Belo Monte, mas negou ter recebido caixa dois em dinheiro vivo.
Antônio Carlos Borges de Britto, apontado como o amigo que alugou os dois imóveis para o ex-senador, afirmou que “não se recordava” se havia recebido qualquer pagamento de R$ 500 mil em dinheiro vivo no apartamento em que viviam suas filhas.