O governo revisou sua estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do país esse ano e prevê agora uma queda de 4,7%.
Na última previsão, de março, o governo esperava crescimento próximo a zero.
O Boletim MacroFiscal da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia divulgado nesta quarta-feira (13) atribui a revisão à forte retração na economia causada pela crise do coronavírus.
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Se a previsão for confirmada, será a maior recessão do Brasil em 120 anos, de acordo com o IBGE.
Nessa semana, o Boletim Focus do Banco Central, que reúne as projeções de economistas, também divulgou uma estimativa de retração do PIB para esse este ano de -4,11%.
Para 2021, o governo espera um avanço de 3,20% para o PIB. Para 2022 e 2023, de +2,60% e 2,50%, respectivamente
O ministério da Economia também revisou as projeções para o IPCA deste ano. Em março a estimativa era de uma alta de 3,30%. Agora prevê 1,77%.
Fonte: Ministério da Economia
Déficit
O conjunto de medidas adotadas pelo governo, com socorro financeiro a pessoas mais vulneráveis e empresas para manutenção do emprego, devem ter um impacto de 5% no PIB, segundo o documento.
O Ministério da Economia destaca que o aumento do grau de endividamento da economia, tanto das empresas como do governo, pós-período de isolamento tende a reduzir o crescimento e limitar a recuperação. E
avalia ser essencial adotar medidas de controle fiscal e a manutenção do teto de gastos, para se controlar a dinâmica da dívida pública e, com isso, elevar o crescimento potencial no período pós-crise.
Porém, com a adoção do estado de calamidade até o final do ano, o governo está desobrigado a cumprir a meta de déficit fiscal, de até R$ 124,1 bilhões.
Deterioração
Em uma análise que acompanha o boletim, o Ministério da Economia faz uma avaliação dos momentos da desaceleração econômica e prevê que o período de abril a junho será marcado pela generalização da crise em todos os setores da economia.
Os impactos sobre o emprego e a renda devem se aprofundar e é esperado um grande aumento no número de falências de empresas, principalmente das micro e pequenas, que terão severos problemas de caixa.
Embora considere que a crise se alastrará por todos os setores, o governo vê que alguns serão muito mais afetados que outros, como os bares e restaurantes, companhias áreas, turismo.
Decisão política
“Importante ressaltar que a forte redução da atividade econômica reduzirá fortemente a arrecadação de tributos municipais, estaduais e federais.
Essa redução de receitas públicas associada à necessária expansão dos gastos públicos irá fragilizar sobremaneira as finanças de todos os entes da Federação.
A consequência direta será maior endividamento do governo e aumento da dívida pública”, afirma o estudo.
Para o período de agosto de 2020 e 2021, o Ministério prevê um cenário deteriorado, ainda com retração econômica, mas com possibilidade de retomada se houver avanço na agenda de reformas.
“Teremos que nos confrontar com uma escolha de política: avançar ou não na agenda de reformas”, diz o texto.