A semana promete pautas e indicadores de peso. Na agenda estão a decisão do Supremo Tribunal Federal a respeito da venda de refinarias da Petrobras (PETR4) e termômetros da inflação como a divulgação do IGP-M.
No setor corporativo, destaque para mais estreias na bolsa: Compass e a Boa Vista começam a negociar seus papéis na B3 após uma semana em que a onda de IPOs deu mostras de desaceleração.
IPOs: onda também chega aos fundos imobiliários
Melhores Momentos, Palestras e Experts que marcaram presença no FII Summit
Na agenda externa, investidores estarão de olho em anúncios como o do payroll, o relatório americano de emprego, números do PIB dos EUA e o da confiança do consumidor.
Os EUA terão numa semana de temperatura política especialmente alta.
Faltando pouco mais de um mês para as eleições americanas, o republicano Donald Trunp e o rival democrata Joe Biden protagonizam o primeiro debate da corrida pela presidência na terça (29).
O que você verá neste artigo:
Bolsas entre perdas e ganhos
Em dias de apreensão e aguda volatilidade no mercado, a bolsa completou a quarta semana consecutiva em queda: 1,31% –contra 0,07% na semana encerrada na sexta (18).
A sexta-feira (25) fechou a semana com estabilidade: menos 0,01%, ficando com 96.999,38 pontos.
Em Nova York, os índices terminaram a sexta no positivo, com as ações de tecnologia recuperando terreno depois de baixas insistentes no mês.
Gerou algum otimismo. Contudo, a toada das bolsas americanas continua travada, como ocorre em São Paulo: Wall Street chegou à quarta semana consecutiva em queda perdas, exceto Nasdaq.
Riscos
No Brasil, debates e possíveis decisões em torno de questões fiscais, a possível “nova CPMF” e a desconfiança com ações do governo e Congresso puxaram o índice para o negativo, na faixa dos 97 mil pontos.
No mês a queda acumulada está em 2,38%. No ano, as perdas somadas chegam a 16,12%.
O dólar fechou a sexta com alta. A moeda norte-americana se elevou em 0,81%, indo a R$ 5,5553, e fechou a semana com mais 3,36%.
Vão pesar nos altos e baixos da bolsa temas que vão da discussão de vetos presidenciais – abrangendo o Marco Legal do Saneamento –, ao novo imposto digital (CPMF) e a nova proposta do Renda Cidadã.
BDR: índice BDRX acumula ganho de 0,81% na semana, acima do Ibovespa
A pauta é decisiva para mensurar riscos fiscais, que vêm preocupando os investidores.
Lá fora e aqui, se mantêm no radar do mercado assuntos das últimas semanas: os números altos de coronavírus — na Europa, EUA e Brasil — e o desempenho das big techs.
E, nesta semana, o primeiro debate presidencial nos EUA acirra a disputa eleitoral em uma campanha no meio da pandemia.
A pandemia e a abordagem do governo para combatê-la, além os rumos da economia impactada pela crise sanitária, estarão no centro do debate.
O quadro geral, portanto, no mercado sugere incertezas e mais dias de descidas e subidas bruscas nas bolsas.
Petrobras: STF julga venda de refinarias
O STF volta a discutir essa semana se a Petrobras poderá ou não vender suas refinarias.
O ministro Luiz Fux, presidente do STF, pautou para a quarta (30), o julgamento que vai decidir pelo impedimento ou não da venda das refinarias da Petrobras.
Já são três os votos a favor do impedimento. A tendência é de que as vendas sejam impossibilitadas.
Os ministros Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski votaram contra a continuidade de processos em curso para venda das refinarias da Petrobras.
O placar atual do plenário virtual está em 3 a 0 pela paralisação dos processos de venda, após o ministro Edson Fachin ter iniciado a análise do caso com um voto contrário às intenções da Petrobras.
Petrobras (PETR3 PETR4) vende participação na Gás Local
Petrobras: venda de ativos
A votação acontece porque o Senado encaminhou ao STF uma suspeita de que o governo estaria fazendo uma manobra para vender estatais sem necessidade de aval do Congresso ou licitação.
O argumento foi que a venda das refinarias iria contra uma decisão anterior da própria corte no ano passado, segundo a qual seria necessário aval do Congresso para a venda de ativos de uma empresa matriz.
O julgamento está em andamento enquanto a estatal conversa sobre a venda de suas unidades de refino na Bahia e no Paraná.
A intenção é se desfazer de oito refinarias em meio a seu programa de desinvestimentos.
IPOs
O freio na onda dos IPOs começou com a suspensão de empresas como You Inc, Riva 9 e do banco BR Partners.
A Caixa Seguridade, que realizaria o maior IPO do ano, informou no último dia 24 que vai adiar sua estreia.
Outras cinco empresas interromperam o processo: Vamos, Allided, Canopus, BBM Logística e Almeida Junior.
Além disso, algumas ofertas vieram com o preço abaixo da faixa indicativa de preço.
Desse grupo fazem parte três subsidiárias da Cyrela (CYRE3), a Cury, a Plano & Plano e a Lavvi. As ações da Pague Menos também saíram abaixo da faixa indicativa de preço.
Já entre as precificações mais recentes, a Hidrovias Brasil e a Melnick tiveram suas ações precificadas no piso da faixa indicativa de preço.
Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) em alta: vale a pena investir?
Ainda assim, espera-se um alento com as ofertas da Compass (PASS3) e a Boa Vista na quarta (30).
A Melnick (MELK3), subsidiária da Even (EVEN3), levantou R$ 713,58 milhões em sua oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês), conforme fato relevante publicado nesta quinta-feira (25).
Segundo o documento, na tranche primária foram captados R$ 620,5 milhões, mediante a emissão de 73 milhões de novas ações.
Já com a venda do lote adicional movimentou R$ 93,1 milhões.
Inflação: IGP-M
Em meio a um período de alta de preços, as atenções se voltam para divulgação de índices inflacionários.
Na próxima terça (29), será a vez do IGP-M, que reportará o resultado de setembro.
O O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que ajusta os aluguéis, é composto por três indicadores.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) representa 60% do IGP-M. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) responde por 30%.
E o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), pelos outros 10%.
O IGP-M variou 2,74% em agosto, com avanço em relação ao apurado em julho. No mês anterior, o indicador ficou em 2,23%.
Com isto, o IGP-M acumula alta de 9,64% no ano e de 13,02% em 12 meses até agosto. No mesmo mês de 2019, o índice havia caído 0,67% e acumulava alta de 4,95% em 12 meses.
Comprar ouro foi melhor investimento dos últimos anos
Pnad e Caged
A agenda doméstica terá ainda a divulgação de outros dois índices.
Na terça será anunciado o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de agosto. O mês de julho fechou com evolução positiva do emprego formal.
De acordo com o órgão ligado ao Ministério da Economia, o saldo líquido de empregos com carteira assinada no período somou 131.010 vagas abertas.
Entre 1 e 31 de julho de 2020, foram contratados 1.043.650 trabalhadores formais, e demitidos 912.640.
Segundo o Caged, os números de julho colocaram um ponto final em uma série de quatro meses consecutivos de queda – março, abril, maio e junho.
A Pnad sai na quarta (30).
A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) revelou que o número de pessoas ocupadas no Brasil teve redução recorde de 9,6% no trimestre encerrado em junho, frente ao trimestre anterior.
A queda foi de 8,9 milhões de ocupados.
Dessa forma, a taxa de desocupação subiu de 12,2% para 13,3%, pouco acima da projeção de 13,2% do mercado.
Os desocupados ficaram estáveis em 12,8 milhões.
Payroll
A agenda externa tem principais pontos a divulgação do payroll de setembro, na próxima sexta (2).
O payroll, folha de pagamento oficial não-agrícola dos Estados Unidos, apontou a criação de 1,371 milhão de vagas de emprego em agosto, pouco abaixo dos 1,4 milhão projetados pelo mercado.
Em julho, o payroll apontou a abertura de 1,763 milhão de postos de trabalho.
O número veio acima dos 1,5 milhão aguardados pelo mercado. Mas bem abaixo dos 4,791 milhões de junho.
A taxa de desemprego de caiu de 10,2% em julho para 8,4, segundo o Bureau of Labor Statistics, do Departamento de Trabalho dos EUA.
PIB dos EUA
O PIB dos EUA do segundo trimestre, em sua terceira revisão, dará números finais ao indicador na quarta (30).
A segunda leitura prévia do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre nos Estados Unidos veio melhor do que o mercado aguardava.
Apontou queda de 31,7%, ante 32,9% da primeira leitura.
O resultado é o mais baixo desde os anos 1940, de acordo com o Bureau of Economic Analysis, do Departamento do Comércio dos EUA.
Índices como o da Confiança do Consumidor do EUA em setembro, divulgado na terça, completam a agenda.
O indicador voltou a cair em agosto.
É o que aponta o Índice de Confiança do Consumidor auferido pelo Conference Board.
A leitura deste mês ficou em 84,8 pontos, ante 91,7 de julho (ajustado de 92,6 anunciados anteriormente).
Dois meses antes, em junho, a leitura era de 98,3 pontos.
Oi (OIBR3; OIBR4): entenda o que está acontecendo com a empresa