Empresas que não desenvolverem ações de ESG estão fadadas a deixarem o mercado opinam quatro grandes executivos brasileiros, .
Isso porque, segundo eles, Environmental, Social and Corporate Governance é uma exigência do mundo corporativo, alavancada principalmente pela pandemia do novo coronavírus.
A sigla refere-se aos três fatores centrais na medição da sustentabilidade e do impacto social de um investimento em uma empresa ou negócio.
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Esses critérios ajudam a determinar melhor o desempenho financeiro futuro das empresas.
Rubens Menin (MRV), Frederico Trajano (Magazine Luiza), Luis F. Porto (Unidas) e Tânia Cosentino (Microsoft) participaram de uma evento da XP na tarde desta sexta-feira (17).

Rubens Menin, chairman da MRV
O que você verá neste artigo:
Em função da pandemia, muitas iniciativas de proteção social aos empregados, como a intenção de não demissão frente ao vírus, passaram a ser requeridas pelos acionistas.
Acontecimentos não relacionados ao Covid-19 também mobilizaram a classe empresarial, bem como governamental, para o ESG, a exemplo do caso George Floyd nos Estados Unidos.
Trata-se de um afro-americano estrangulado até a morte em 25 de maio na cidade de Mineápolis, que resultou em grande comoção e agitação popular em todo o mundo.
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Concentração de renda
Chairman da MRV, Rubens Menin lembrou que o PIB mundial (Produto Interno Bruto) cresceu muito nos últimos doze anos. “Porém, o andar de baixo não teve aumento de renda”, frisou.
Conforme o executivo, essa concentração de renda não é sustentável. “Não vai ficar de pé”, ressaltou, citando a má distribuição da riqueza produzida.
Para ele, a pandemia ensinou o Brasil a ser melhor em filantropia e a sociedade se mostrou muito fraterna nesse momento.
Atuação sistêmica
CEO do Magazine Luiza, Frederico Trajano reforçou que há uma cobrança da sociedade para uma atuação mais sistêmica por parte dos líderes empresariais.
Em declaração recente, ele disse que o Magazine Luiza tinha recursos suficientes para aguentar dois anos de portas fechadas.
Entretanto, lembrou que a qualidade dos gestores da empresa aliada ao engajamento dos funcionários fez a companhia crescer 46% em maio frente igual período de 2019.
Significa dizer que em meio à quarentena e com as portas fechadas, o Magazine Luiza não apenas contornou o problema, como sobressaiu, alcançando resultados expressivos.

Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza
Três princípios fundamentais
De acordo com Trajano, o Magazine Luiza elencou três ações fundamentais para enfrentar a pandemia: saúde da equipe, continuidade operacional do negócio e digitalização da empresa.
A ordem não e aleatória. A companhia optou por colocar a vida do colaborador em primeiro lugar, optando por não demiti-lo e assegurando o home office.
“Você consegue velejar contra o vento, mas tem que ajustar a vela”, disse, acrescentando que a empresa está se preparando para contratar dois mil funcionários.
“Esse contingente vai atuar no e-commerce, bem como no call center”, explicou, fazendo menção aos canais de atendimento e venda que cresceram substancialmente no período.
Resposta, recuperação e projeção
Presidente da Microsoft no Brasil, Tânia Cosentino disse que a crise demandou três medidas por parte das organizações.
“O primeiro foi uma resposta [de ação] frente à pandemia. Já o segundo passo foi iniciativa de recuperação”, frisou, em relação a novas iniciativas empresariais, novos direcionamentos.
Por fim, o terceiro passo, conforme a executiva, será imaginar o futuro, ou seja, projetar a atividade-fim para esse novo normal.
E declarou: “a transformação digital, que já estava na pauta das organizações e foi acelerada por conta da pandemia, será essencial a esse novo tempo.”
“A gente precisa, agora, fazer que o uso da tecnologia seja incorporado no desenvolvimento do negócio”, destacou.
E frisou: “eu realmente acredito que inteligência artificial mais o digital será o grande habilitador para a retomada econômico-empresarial.”
Para ela, tudo o que foi visto e vivido nos últimos meses mostra que “resultado a qualquer custo não é sustentável. Agora, estamos vendo a pressao dos stakeholders que querem desenvolvimento sustentável.”
Por conta disso, “lucro, agora, só com impacto social positivo”, concluiu.

Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil
Responsabilidade social e diversidade
CEO da Unidas, Luis Fernando Porto disse que responsabilidade social e diversidade são temas que não dá mais para deixar de fora.
Tanto Porto quanto os demais executivos tiveram ações de destaque durante a pandemia, o que permitiu a viabilidade operacional de seus negócios e o reconhecimento do mercado.

Luis Fernando Porto, CEO da Unidas