Em recuperação judicial, a Oi (OIBR3 OIBR4) vendeu ativos que incluem torres operacionais e data centers num leilão realizado nesta quinta (26) na 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
A Highline do Brasil, controlada pelo fundo americano Digital Colony, foi declarada vencedora ao arrematar as torres de telefonia móvel por um lance que totalizou R$ 1,067 bi.
“Durante a audiência, verificou-se a existência de apenas uma proposta fechada para aquisição da UPI Torres, apresentada pela Highline do Brasil”, diz a Oi em comunicado ao mercado.
A Highline tinha oferta preferencial (a chamada stalking horse). A empresa de infraestrutura e telecomunicações poderia cobrir eventuais propostas.
“Em razão da apresentação da única proposta fechada para aquisição da UPI Torres, o Juízo da Recuperação Judicial homologou a proposta da Highline como vencedora do procedimento de alienação”, acrescenta a Oi.
Data centers
Já os ativos de data centers foram adquiridos pela Piemonte Holding, por meio da controlada Titan Venture Capital, com o lance de R$ 325 milhões.
A Piemonte dispõe de uma carteira de mais de R$ 120 milhões em investimentos de data centers.
“Durante a audiência, verificou-se a existência de apenas uma proposta fechada para aquisição da UPI Data Center, apresentada pela Titan Venture Capital”, afirma a Oi.
“Em razão da apresentação da única proposta fechada para aquisição da UPI Data Center, o Juízo da Recuperação Judicial homologou a proposta da Titan como vencedora do procedimento competitivo de alienação da UPI Data Center”, complementa a companhia.
“A homologação ocorreu após manifestações favoráveis do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e do Administrador Judicial”, lembra a Oi.
A transação, no valor de R$ 325 milhões será paga, segundo a Oi, com uma parcela à vista no montante de R$ 250 milhões.
“O valor remanescente de R$ 75 milhões será pago em parcelas, na forma e prazo previstos na proposta vinculante e no contrato de compra e venda de ações”, explica.
Ações sobem
Após o resultado do leilão, realizado por meio de audiência virtual, as ações da Oi fecharam com alta de 5,05% (OIBR3) e 2,70% (OIBR4).
Leilão
A Oi (OIBR4 OIBR3), em recuperação judicial desde 2016, realizou hoje (26) leilão de data centers e torres operacionais. O lance mínimo era de R$ 1,06 bilhão.
O leilão começou ontem, às 15h, na sala de audiências da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro.
Segundo o jornal Valor Econômico, a Highline do Brasil tem direito de preferência e pode cobrir ofertas concorrentes para levar o conjunto de 637 torres de telefonia móvel da Oi e mais 222 pontos de infraestrutura passiva instalados em shoppings, hotéis e outros locais.
No páreo está ainda o fundo Pátria Investimentos, segundo a publicação. Há um ano, o fundo se desfez de operação de torres criada em 2012, vendendo ao fundo americano Digital Colony.
Venda ajudará a quitar dívida da Oi
A Oi ficará apenas com a parte da fibra ótica. E, ainda assim, com uma parcela do negócio.
Isso porque uma fatia (que pode chegar a até 50%) deve entrar na venda, para ajudar a quitar sua dívida, que ultrapassa R$ 26 bilhões.
Serão oferecidas 637 torres da telefonia móvel e 222 estruturas em locais como shoppings, por exemplo.
O valor é de R$ 1,067 bilhão.
Os cinco data centers receberam uma oferta de R$ 325 milhões, R$ 250 milhões à vista e R$ 75 milhões a prazo.
Concorrência
Ficou definido que a operação de telefonia móvel ficará com o consórcio formado por Claro, TIM (TIMS3) e Vivo (VIVT4).
As empresas fizeram uma proposta conjunta e na qualidade de stalking horse. Ou seja, são compradores prioritários, que podem cobrir qualquer outra oferta feita.
A proposta vinculante do consórcio é de R$ 16,5 bilhões.
A Oi não vê impedimento para essa venda, do ponto de vista da concorrência.
Conforme o presidente da companhia, Rodrigo Abreu, ela deve cumprir os ritos regulatórios perante o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
As empresas já até iniciaram o processo de conversas e entendimento com a reguladora.
Mas só sobre a parte de telefonia móvel.
Para seguir com as vendas de torres e data centers, a Oi deve ainda publicar os editais.
Além disso, deve dar prazo de 30 dias para os interessados apresentarem as propostas.
O juiz Fernando Viana é quem vai abrí-las e escolher a de maior valor.
Foco em fibra ótica
A Oi acredita que terá mais de 2 milhões de clientes FTTH (fibra-até-a-lar) conectados à sua rede até o final do ano. A empresa encerrou setembro com 1,7 milhão de clientes e 9 milhões de domicílios com fibra.
Novas conexões têm se acelerado a cada mês e a empresa não vê queda nessa aceleração: são 400 mil novas residências todos os meses, com 120 mil a 130 mil novos clientes.
O desempenho tem sido tão positivo que vai aumentar os investimentos para acelerar o número de novas residências por mês para 500 mil.
Além disso, é interessante notar que 80% de todas as novas adições são ou novos usuários de banda larga ou vêm de concorrentes, grandes e pequenos.
Ou seja, apenas 20% dos novos clientes FTTH são clientes existentes da Oi atualizando sua conexão para fibra. A Oi está ampliando fortemente sua base.
Resultados do 3TRI20 da Oi
A Oi registrou prejuízo líquido de R$ 2,63 bilhões no balanço do terceiro trimestre de 2020. Isso representa recuo de 54% na comparação com o mesmo período de 2019, com prejuízo de R$ 5,74 bilhões.
No ano, a companhia registra prejuízo de R$ 12,32 bilhões.
A Oi informou que seus investimentos (Capex) consolidado, levando em conta as operações internacionais, chegaram a R$ 2,01 bilhões.
O valor representa uma redução de 2,6% no comparativo anual e uma queda de 14,4% em relação ao segundo trimestre de 2020.
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