O presidente Jair Bolsonaro, por meio da sua conta no Twitter, voltou a defender, nesta quarta-feira (08), o uso da Hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19. Bolsonaro reafirmou a sua convicção no uso da medicação e afirmou que a sua preocupação é com vidas humanas e a manutenção de empregos.
1- Há 40 dias venho falando do uso da Hidroxicloroquina no tratamento do COVID-19. Sempre busquei tratar da vida das pessoas em 1° lugar, mas também se preocupando em preservar empregos. Fiz, ao longo desse tempo, contato com dezenas médicos e chefes de estados de outros países.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 8, 2020
Na sequência, o presidente também relatou que, cada vez mais o medicamento se apresenta como método “eficaz” no tratamento contra a Covid-19. E, sobre a resistência em torno do remédio, Bolsonaro alega questões políticas.
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2- Cada vez mais o uso da Cloroquina se apresenta como algo eficaz. Dois renomados médicos no Brasil se recusaram a divulgar o que os curou da COVID-19. Seriam questões políticas, já que um pertence a equipe do Governador de SP?
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 8, 2020
Por fim, o presidente cita o juramento dos médicos quando se formam e pede que “Deus ilumine” a vida dos médicos que se colocam contra o medicamento.
3- Acredito que eles falem brevemente, pois esse segredo não combina com o Juramento de Hipócrates que fizeram. Que Deus ilumine esses dois profissionais, de modo que revelem para o mundo que existe um promissor remédio no Brasil.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 8, 2020
A polêmica em torno da hidroxicloroquina
As declarações do presidente Bolsonaro, por meio da sua conta no Twitter, vão de encontro as declarações de técnicos do Ministério da Saúde, que foram dadas ontem (8) durante a coletiva diária do Ministério para atualizar os dados sobre o coronavírus.
Sobre a uso da cloroquina e hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes infectados com a Covid-19, Denizar Vianna, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos do Ministério da Saúde, disse que “há importantes pesquisas” sobre as duas substâncias que atentam, justamente, para os efeitos adversos que podem ter sobre os pacientes.
“São medicamentos análogos, o que muda na hidroxicoloroquina é a adição de um radical, que no uso a longo prazo pode reduzir a toxicidade, mas no curto prazo (que é o que está previsto no tratamento para Covid-19), não vai ter tanto efeito”, explicou Vianna.
Outra questão abordada pelos técnicos é que os remédios em questão podem gerar arritmias cardíacas. “Esses medicamentos podem produzir o prolongamento de uma das fases elétricas do coração e propiciar um ambiente favorável a uma arritmia que pode ser potencialmente fatal”, explicou Denizar Vianna.
Porém, em alinhamento com o discurso do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, os membros do Ministério da Saúde disseram que tal orientação do órgão não impede que cada médico, de maneira individual, prescreva a medicação ao paciente, mas, desde que informe o paciente dos riscos que envolvem o uso dela.
A hidroxicloroquina e a cloroquina ganharam destaque no noticiário mundial quando, em março, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou estudos que indicavam que tal medicamento seria eficaz no tratamento da Covid-19. Desde então, outros mandatários têm defendido o uso das medicações como forma emergencial até se ter uma vacina definitiva.