O Monitor do PIB-FGV, divulgado nesta segunda-feira (19), revelou uma alta de 2,2% na atividade econômica em agosto, na comparação com o mês anterior.
De acordo com o relatório, o crescimento no trimestre móvel, finalizado no oitavo mês do ano, registrou 4,4% de aumento em relação à s’reie finalizada em maio.
Na comparação com 2019, houve retração de 4,9% no mês e de 5,9% no trimestre terminado em agosto.
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Claudio Considera, coordenador do Monitor do PIB-FGV, explicou os números apontados no relatório mais recente do órgão.
“A economia continuou a apresentar crescimento em agosto (2,2%) mantendo a trajetória de recuperação observada desde maio. No entanto, o ritmo de retomada parece ter desacelerado após o expressivo crescimento de 4,6% da economia em junho”, pontou.
“Apesar da melhora da atividade na comparação com os meses imediatamente anteriores, o desempenho com relação ao ano passado continua sendo negativo, com taxas menos negativas do que as observadas em abril e maio, quando o país estava na fase mais intensa das medidas de isolamento social. E, é o setor de Serviços, particularmente de outros serviços (restaurantes, hotéis, etc.), fortemente atingido pelo distanciamento social, onde a recuperação é mais lenta. Certamente, a elevada incerteza quanto ao futuro da pandemia inibe uma recuperação mais robusta de todas as atividades.” completou.
Em termos monetários, o PIB em valores correntes foi de aproximadamente 4 trilhões, 689 bilhões, 536 milhões de Reais no acumulado do ano até agosto.
O que você verá neste artigo:
Consumo das famílias caiu, segundo FGV
O relatório da FGV apontou que o consumo das famílias caiu 6,7% no trimestre móvel findo em agosto, em comparação ao mesmo trimestre no ano anterior.
O número, apesar de negativo, pode ser analisado sob uma ótica positiva, já que apresenta tendência ascendente em relação à queda de 13,5% registrada no 2º trimestre.
Todas as categorias de consumo pesquisadas mostraram melhora no índice, embora apenas o consumo de bens não duráveis tenha apresentado variação positiva no trimestre (0,6%).
O consumo de serviços, que recuou 9,8% no trimestre analisado, é o que tem a recuperação mais lenta entre todas as categorias de consumo.
As maiores quedas do consumo de serviços foram detectadas em alojamento, alimentação, saúde privada e demais serviços prestados às famílias.
Na comparação com 2019, todas as taxas caíram, exceto a do consumo de produtos duráveis, que cresceu 1,4% em agosto.
Formação bruta de capital fixo também apresenta retração
A Formação bruta de capital fixo (FBCF) retraiu 4,2% no trimestre móvel findo em agosto, em comparação ao mesmo trimestre de 2019.
A retração foi puxada pelo setor de máquinas e equipamentos (-10,7), com as observadas nos automóveis, camionetas, caminhões e ônibus sendo as principais responsáveis pelo forte recuo do componente.
Na comparação com 2019, é possível observar que todos os componentes apresentaram retração em agosto, com destaque para o forte recuo de 8,4% de máquinas e equipamentos.
Exportação cresceu 7,2% no trimestre móvel
A FGV apontou que a exportação de bens e serviços cresceu 7,2% no trimestre móvel findo em agosto, apresentando como principais destaques os produtos agropecuários e da extrativa mineral, com crescimentos de 29,7% e 17,8%, respectivamente.
Do outro lado aparecem a exportação de bens de capital e a exportação de serviços, que apresentaram retração de 21,4% e 21,0%, respectivamente.
O volume total de bens e serviços exportados cresceu 1,4% em agosto. Contudo, as fortes retrações da exportação dos bens de capital e dos serviços amorteceram o crescimento das exportações.
Importação leva tombo de 23%
Na contramão do crescimento da exportação, a importação retraiu 23% no trimestre móvel findo em agosto, seguindo a trajetória de queda do trimestre anterior, terminado em abril.
Segundo a FGV, praticamente todos os componentes da importação apresentaram queda no período.
A única exceção foi a importação de produtos agropecuários, que cresceu 8,7%.
As expressivas quedas de bens intermediários (-18,1%) e dos serviços (-34,3%) explicam a maior parte desta retração.
Taxa de Investimento segue trajetória ascendente, mostra FGV
A taxa de investimento em agosto foi de 17% na série valores correntes.
O número é superior à média de 2015 em diante e mostra trajetória ascendente desde maio, mas ainda se encontra abaixo da média da economia brasileira desde 2000.
Segundo o gráfico, a média das taxas de investimento desde janeiro de 2000 é de 18%, mas, desde janeiro de 2015, é um pouco inferior, na casa de 15,7%.
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