O mercado financeiro brasileiro encontra-se em um processo de crescimento e amadurecimento. A taxa básica de juros (Selic) está nos patamares mais baixos da história. Isso incentiva os investidores locais, acostumados com a renda fixa, a migrar para a bolsa de valores.
Ao mesmo tempo, o acesso a informação é cada vez maior, graças à internet e às redes sociais. A mesma internet faz com que os produtos disponíveis nas corretoras se popularizem e cheguem a toda e qualquer pessoa interessada no tema.
Durante a Money Week, o maior evento online e gratuito de Investimentos da América Latina, que aconteceu na semana passada, diversos canais de aprendizado e qualificação foram apresentados aos participantes. De livros e cursos às redes sociais, reunimos abaixo as melhores dicas da Money Week. Confira.
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O que você verá neste artigo:
Inteligência financeira é fundamental
Para quem busca informações sobre educação financeira, Gustavo Cerbasi, especialista em inteligência financeira com mais de 16 livros publicados, falou sobre a importância de poupar sem sofrimento e grandes sacrifícios. Ele sugere, inclusive, planejar recompensas ao longo do percurso, para manter a motivação.
Já para os que passaram da fase de poupar e chegaram ao investir de fato, ele orienta buscar a ajuda de um assessor de investimentos.
“Eu trabalho com educação financeira há 20 anos e tenho assessor, para trocar ideia, checar a sensibilidade dele sobre os mesmos dados. Essa troca é importante”, diz.
Saiba mais sobre contratos de mini-índice ou minicontratos.
O papel do agente autônomo
O agente autônomo é um dos profissionais qualificados para prestar assessoria aos investidores.
Para falar sobre esta profissão, estiveram presentes na Money Week Marcelo Flora, sócio do BTG Pactual e responsável pela plataforma digital do banco, e Edgar Abreu, consultor especialista em certificação financeira, falaram sobre a profissão de agente autônomo.
Eles contaram que os agentes autônomos eram cerca de 3 mil em 2015. Hoje, são mais de 9 mil. O avanço faz sentido: são mais investidores procurando orientação qualificada em busca de um melhor destino para o seu dinheiro.
“Alguns anos atrás, os juros eram de 15%, 20%. Ninguém comprava o risco de ir para a renda variável com uma rentabilidade dessas na renda fixa. Agora, a sensação é que o dinheiro está queimando nas mãos do investidor e as pessoas estão sem saber o que fazer para ter rentabilidade maior”, diz Flora.
A revolução digital, ele diz, que viabiliza a abertura de uma conta de maneira 100% online em menos de meia hora, é o pano de fundo para este crescimento.
“Com as plataformas digitais e com as mídias sociais, as pessoas vêm até o agente, ele não precisa mais ter uma rede de contatos e clientes. Este profissional tem, sim, que ter conhecimentos e saber construir relacionamentos a longo prazo, inspirando segurança e confiança”, resume Abreu.
Money Week aborda o day trade
Com a expansão da bolsa de valores nos últimos anos, o país também viu crescer o número de pessoas que operam no mercado de ações para obter uma renda extra ou mesmo como atividade principal.
Os traders compram e vendem ativos financeiros, em geral no mesmo dia, aproveitando os momentos de baixa e alta de preços para lucrar com essas transações.
Não faltam estudos que mostram a alta taxa de desistência entre esses profissionais e o baixo índice de sucesso. A atividade passou a ser tratada como “bicho-papão” da bolsa. Mas quais os segredos de quem consegue trilhar esse caminho?
Carol Paiffer, CEO e diretora da área de investimentos da Atom S/A (ATOM3), maior empresa de traders da América Latina, listada na B3, e Natalia Dalat, que abandonou o serviço público para investir profissionalmente como trader, falaram sobre o assunto.
Carol e Natália dizem que o day trader pode, sim, ser bem sucedido, mas é preciso estar bem preparado para começar.
“A gente ouve sobre o day trade como vilão. Saem no jornal muitas pesquisas mostrando que as pessoas perderam dinheiro. Mas alguém perguntou quanto tempo elas gastaram para estudar antes de atuar como day trader? O primeiro passo é sempre aprender”, afirma Natália.
Para se preparar, elas recomendam muita leitura, muito acompanhamento do mercado e cursos com profissionais gabaritados.
A Atom, por exemplo, oferece cursos e material didático para formar traders profissionais, que não farão operações com o próprio dinheiro, mas com dinheiro de terceiros.
Já Natalia recomenda livros. Ela indica “Os Axiomas de Zurique”, de Max Gunther; “Manual de Análise Técnica: Essência e Estratégias Avançadas: Tudo o que um Investidor Precisa”, de Marcos Abe; e “Análise estatística com R para leigos”, de Joseph Schmuller.
Aprendendo com influenciadores na Money Week
A Money Week também recebeu três influenciadores bastante conhecidos de quem acompanha as redes sociais sobre investimento: Mirna Borges, educadora financeira e fundadora do canal “Economirna”; o investidor profissional Hulisses Dias, mais conhecido como “Tio Huli”; e Alice Porto, fundadora do canal @contadoradabolsa.
Ponto em comum entre os convidados está o reconhecimento de que seus trabalhos minimizam o sofrimento do investidor.
São muitas as histórias de pessoas endividadas que, graças aos seus ensinamentos, passaram a ter uma vida financeira mais saudável. E muitas acabam se tornando investidoras.
“O conhecimento é o que rende os melhores juros. Sabendo o que fazer com o seu dinheiro, você vai tomar uma decisão muito mais assertiva”, diz Mirna.
“A grande evolução, hoje, no mercado é o nível de consciência do investidor. Ele entende o que é ‘furada’, o que é investimento mesmo e a relevância dos assessores de investimento, da importância de se valorizar esse profissional”, complementa Huli.
E alerta: “Vemos muita promessa de enriquecimento, de ‘largue o trabalho e viva de renda’, uma proliferação de pirâmides. Não se pode ficar falando ‘compre isso, compre aquilo’. A gente não investe para parar de trabalhar. O investimento é um complemento, ninguém vai ter rendimento de 10% todo dia”.
FinTwit: o fórum do Twitter também na Money Week
Por fim, a Money Week também abordou o fórum FinTwit da rede social Twitter (“fin” de finanças e “twit” de Twitter) como canal para troca de conhecimentos.
Esta ferramenta ajuda a aproximar gestores e investidores, mas também vem gerando muito burburinho com muitas polêmicas.
“Tem a parte boa do Twitter, de aprendizado, e tem a parte ruim, das confusões e dos perfis falsos. Mas o intuito é passar informação relevante”, diz Gabriel Rech, fundador da comunidade Macro Investimentos.
“Os gestores usam o canal para mostrar seu conhecimento e, claro, vender a sua empresa. Mas o mercado financeiro tem essa característica de virar um local de ‘aposta’ ou ‘torcida’ e não é para ser isso. Nossa obrigação é mostrar os produtos, os riscos e vantagens”, afirma Alfredo Menezes, CIO e CEO da Armor Capital.
Sergio Machado, gestor da Trópico Investimentos, dá sua receita para ficar bem na rede social: não se deixar levar pelas polêmicas.
“Eu tenho 40 anos de mercado e não sei tudo, então é muito interessante o Twitter e a FinTwit. Você começa a ter um relacionamento de amizade com pessoas que você não conhecia pessoalmente. Tem uma força muito grande. Mas não entro em ‘treta’”, revela.
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