A saída de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde parece estar cada vez mais próxima. O ministro desabafou ao site da revista Veja na noite de quarta-feira (15): “Fico até encontrarem uma pessoa para assumir meu lugar”.
Mandetta afirmou que não tem mais jeito de permanecer no governo. “São 60 dias na batalha. Isso cansa”, disse ele à revista.
Segundo ele, nesses dois meses ele constantemente precisava medir as palavras ao falar sobre a pandemia. “Você conversa hoje, a pessoa entende, diz que concorda, depois muda de ideia e fala tudo diferente. Você vai, conversa, parece que está tudo acertado e, em seguida, o camarada muda o discurso de novo. Já chega, né? Já ajudamos bastante”, disse Mandetta em referência ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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Mandetta afirmou disse que não se arrepende de ter entrado no governo Bolsonaro. O ministro evitou dar um palpite sobre a nova linha de trabalho de combate à pandemia após ele sair do cargo. “Não sei, mas acho que o vírus se impõe. A população se impõe. O vírus não negocia com ninguém. Não negociou com o (Donald) Trump, não vai negociar com nenhum governo”, disse.
O ministro afirmou que ainda não sabe quem vai substituí-lo, mas irá ajudar quem entrar. “Se quiser nossa ajuda. A gente tem compromisso com o país. Aqui é tudo marinheiro antigo, não tem principiante, ninguém vai torcer contra”, diz Mandetta.
Mandetta negou demissão de secretário
Na quarta-feira (15) Mandetta anunciou que que não aceitou o pedido de demissão de Wanderson Oliveira.
Mas na coletiva, Mandetta já havia deixado a porta aberta para sua possível retirada, junto com os demais integrantes da equipe, assim que o presidente Jair Bolsonaro resolver confirmar sua exoneração do cargo.
“Estamos juntos, vamos sair juntos. Não aceito. Estamos todos aqui, juntos e misturados…ainda”, sintetizou Mandetta, revertendo o pedido de demissão do Secretário de Vigilância em Saúde.