A obra Too Big To Fail, ou Grande Demais para Quebrar, em português, é um best seller escrito por Andrew Ross Sorkin, colunista financeiro do The New York Times. O livro fez tanto sucesso que também se tornou um filme. A versão audiovisual é dirigida por Curtis Hanson e roteirizada por Peter Gould para o canal HBO.
Trata-se da história de “como Wall Street e Washington lutaram para salvar o sistema financeiro e eles mesmos”, como diz a descrição que acompanha o título na versão cinematográfica. O livro foi o primeiro relato sobre o que acontecia internamente nas instituições financeiras na época da crise econômica norte-americana de 2008.
Em uma narrativa envolvente, Sorkin nos leva para os bastidores da crise. Ele aborda os momentos mais tensos das negociações para o Estado salvasse, ou não, os bancos. Naquele momento, as instituições financeiras estavam, uma atrás da outra, entrando em processo de falência.
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Too Big To Fail é uma das leituras recomendadas pelos especialistas da EQI Investimentos. Obras que eles leram, gostaram e indicam.
Um livro-reportagem
Um dos pontos interessantes do livro-reportagem é a riqueza de fontes altamente relevantes sobre o que aconteceu no mercado financeiro em 2008. O autor conseguiu coletar informações internas de forma a trazer um ponto de vista ainda desconhecido pelo público geral.
Dessa forma, Too Big To Fail conta como o ego, a ganância, o medo e a autopreservação dos mais poderosos do mercado financeiro norte-americano influenciaram diretamente nas tomadas de decisões que impactaram a economia mundial.
Com riqueza de detalhes, o autor traz relatos de dentro do escritório do Lehman Brothers. Na época, o banco de investimentos era o quarto maior do país e estava com sua sobrevivência em jogo.
O principal ponto são as reuniões com o Federal Reserv Bank de Nova York e como ele decidiu deixar o Lehman Brothers quebrar.
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Como a falência de bancos afeta a economia geral
O que aconteceu com o Lehman Brothers é que o governo optou por deixá-lo afundar de vez. Afinal, haviam muitos bancos passando pela mesma situação e o governo não teria condições de sustentar todas essas instituições.
Como resultado, a confiança dos investidores foi severamente abalada. A visão passada pelo governo, de que não há garantias de que investimentos em bancos são seguros, fez com que as aplicações caíssem ainda mais.
Muitas pessoas começaram a sacar o dinheiro de suas contas, gerando um efeito dominó. Os bancos, que já estavam em péssimas condições, entraram em situações insustentáveis. E assim, a bola de neve foi crescendo. O sistema financeiro ficou por um fio e a crise atingiu a economia global.
Vendo esses resultados, o governo decide fazer algumas concessões e afrouxar leis de forma que a crise fosse contida e os bancos conseguissem reverter a situação.
Risco moral
Os relatos de Too Big To Fail falam principalmente sobre o que foi analisado depois como risco moral. Afinal, se o governo norte-americano decidisse salvar o Lehman Brothers, todos os outros bancos também iriam requerer a ajuda do Fed.
O risco moral assumido pelo governo naquele caso, portanto, foi de usar o banco como exemplo para outras instituições. Dessa forma, deixaria clara a mensagem de que o Fed não salvaria todas as instituições. E que cada um deveria responder sobre si mesmo, seguindo o princípio da economia liberal.
Mas, com todos os efeitos econômicos e sociais da crise, a visão do governo mudou. Foi então que se iniciaram debates sobre até onde o governo deve interferir ou não na falência de um banco.
É interessante entender com o livro como esses bancos afetam diversos aspectos da economia norte-americana e mundial. Too Big To Fail é uma história sobre poderosos e sobre como funciona o jogo do mercado financeiro. Sobretudo, o que acontece quando tudo parece desmoronar e qual o papel do governo dentro desse sistema.