Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,64%, ficando 0,40 ponto percentual (p. p.) acima do observado em agosto, de 0,24%.
A projeção da mediana do mercado era de de 0,54%.
De acordo com dados divulgados hoje pelo IBGE, esse é o maior resultado para um mês de setembro desde 2003 (0,78%).
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De janeiro a setembro, o IPCA acumula alta de 1,34%, enquanto em 12 meses acumulados soma 3,14%, acima dos 2,44% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Em setembro de 2019, a variação havia sido de -0,04%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (9).
IPCA: veja as principais variações
Tá, e aí?
Segundo os economistas do BTG Pactual, Álvaro Frasson e Luiza Paparounis, com a divulgação do dado acima do esperado, a projeção da instituição para o final de 2020 foi revisada de 2,5% para 2,6%.
“Como esperado, a aceleração em relação a setembro foi impulsionada pelo aumento generalizado dos preços dos alimentos, pressionando a inflação de curto prazo, esta que deve se manter pressionada até o final de 2020”, escreveram.
Os núcleos da inflação, por outro lado, seguem baixos, com poucos sinais de aceleração da inflação de serviços, acrescentaram.
Revisão inflação
No início deste mês, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reviu a previsão de inflação em 2020 de 1,8% para 2,3%.
O motivo, de acordo com o instituto, são as altas nos preços dos alimentos, que em 12 meses até agosto subiram 11,4% e responderam por 70% da alta do IPCA, índice oficial de inflação.
O instituto prevê que esse grupo registre uma alta de 11% no acumulado do ano. A projeção anterior era de 3%.
Já o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, vem afirmando que a instituição está “tranquila em relação aos números da inflação”.
Conforme a projeção do BC, a inflação termina este ano em 2,1%. Para 2021, as estimativa é em torno de 3%.