As medidas para enfrentamento da crise anunciadas pelo Ministério da Economia aumentou para R$ 285,4 bilhões a previsão de impacto primário. A previsão foi elevada em 27,1% em relação a divulgada na semana passada, conforme reportagem da Folha de S.Paulo.
O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou que o avanço ocorreu por uma atualização no conjunto das medidas e acrescentou que a previsão deve aumentar ainda mais.
“Vai aumentar de maneira legítima, transparente e cautelosa. Porque isso implica em endividamento e custo para a sociedade”, disse.
O impacto primário referido não leva em conta as despesas com a dívida pública. Incluindo as medidas referentes à suspensão de pagamentos de débitos de Estados e municípios à União, a cifra sobe para R$ 307,9 bilhões.
Conforme os técnicos da pasta, o conjunto de atitudes divulgadas até o momento totalizaram R$ 1,1169 trilhão em recursos movimentados.
Importante frisar que esse valor refere-se à todas medidas anunciadas, que não necessariamente afetam as contas públicas. Exemplo disso, tributos postergados em alguns meses mas que ainda assim deverão ser pagos neste ano).
O montante está dividido em várias frentes, sendo R$ 212,4 bilhões para atendimento da população mais vulnerável e de trabalhadores, R$ 133,4 bilhões de auxílio a estados e municípios, R$ 24,3 bilhões para enfrentamento do coronavírus, R$ 524,4 bilhões em ajuda as empresas e manutenção de empregos e R$ 274,1 bilhões em medidas de crédito.
Além dessas medidas, o Banco Central adotou medidas para aumentar a liquidez das instituições financeiras. O BC reduziu a taxa de depósitos compulsórios (valor que fica retido na autoridade, sem que os bancos possam emprestar).
O secretário acrescentou que o endividamento bruto do Brasil deve aumentar em 10 pontos percentuais em 2020 devido ao coronavírus. Sendo assim, o endividamento deve encerrar este ano em 84% ou 85% em relação ao PIB.
O secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, manteve o discurso da pasta de que as reformas planejadas originalmente vão continuar assim que passada a crise. “Logo após isso, a gente vai ter que voltar para as reformas estruturantes. Elas não foram largadas ou esquecidas”, disse.
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