A Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, divulgou relatório nesta segunda-feira (15) prevendo a retração do PIB do Brasil para 6,5% em 2020.
De acordo com o órgão, o efeito primário nas contas do governo central das medidas de enfrentamento ao coronavírus chegou a R$ 601,3 bilhões, 8,7% do PIB, em 2020. A IFI projetou ainda déficit primário do governo central de R$ 877,8 bilhões, em 2020, 12,7% do PIB.
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As contas do setor público consolidado, compostas pela União, estados, municípios e empresas estatais, deverão registrar um rombo recorde de R$ R$ 912,4 bilhões, segundo o órgão ligado ao Senado.
Segundo o relatório, a retração do PIB em 2020 reflete, além da própria restrição ao funcionamento do setor produtivo imposta pelo distanciamento, a postergação das decisões de investimento e do consumo privado e a redução do fluxo de comércio sobre as exportações de bens e serviços.
Teto de gastos para 2021
De acordo com o relatório, “o risco de rompimento do teto de gastos para 2021 aumentou”, pois, segundo a IFI, “a margem fiscal calculada para 2021 é de
apenas R$ 72,3 bilhões, nível inferior à despesa mínima necessária para o funcionamento da máquina pública, estimada em R$ 89,9 bilhões”.
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O documento divulgado pelo órgão de fiscalização apontou ainda que as despesas discricionárias projetadas estão em R$ 128,6 bilhões, para o ano que vem, nível superior em R$ 56,3 bilhões à margem fiscal.
Em relação ao PIB para o ano que vem, a IFI espera um crescimento de 2,5%. A retomada estimada no cenário-base faria com que o nível do PIB retornasse ao patamar pré-pandemia em 2023.
Superávit só em 2033
Os efeitos da pandemia devem ser prejudiciais por um bom tempo para a economia brasileira.
De acordo com o relatório da IFI, o superávit primário deve retornar somente por volta de 2033.
Diz o relatório que, apesar da piora da projeção de déficit primário, em 2020, sendo agora estimado em 12,7% do PIB, ante aos 9,2% calculados em maio pela IFI, o cenário base para o período 2021 a 2030 não se alterou significativamente.
As revisões realizadas no cenário base das receitas compensaram a piora observada na trajetória das despesas. O cenário continua bastante negativo, indicando que o resultado primário seguirá deficitário até 2030.
“É provável que o superávit primário retorne apenas nos idos de 2033”, diz a instituição.
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