O Grupo Soma (SOMA3), dono da Animale e da Farm, comunicou que assinou memorando de entendimentos com os sócios da NV. O valor estimado da transação é de R$ 210 milhões, mas está sujeito a ajustes.
Pela negociação, serão pagos 47% do valor em dinheiro e 53% por meio de troca de ações.
A operação engloba as empresas ByNV Comércio Varejista de Artigos de Vestuário, NV Comércio e Serviços, NV Loja Comércio de Roupas e Acessórios e NV Logística, Transporte e Armazenagem.
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Por volta das 13h30, a ação do Grupo Soma subia 11,92%, cotada a R$ 9,95, mas fechou com alta de 10,8% (R$ 9,85).
Conforme a nota, a transação está alinhada com a estratégia da Grupo de expandir seu portfólio de marcas, ampliando sua oferta de produtos de forma complementar aos seus negócios no setor de moda e varejo. Se consumada a operação, a companhia agregará ao seu portfólio a marca NV.
A NV é considerada como uma das primeiras grandes marcas brasileiras de vestuário feminino essencialmente digital.
Uma vez efetivada a transação, Natalia e Antônio continuarão envolvidos no desenvolvimento dos negócios relacionados às Sociedades NV, exercendo posição executiva, com o objetivo de garantir a manutenção da características que a consolidaram no mercado.
De acordo com o Grupo Soma, a assinatura dos documentos definitivos e o fechamento da operação estão sujeitos à verificação de determinadas condições.
O que você verá neste artigo:
Soma: ingresso na bolsa
Um dos maiores varejistas de moda do Brasil, o Grupo Soma fez sua estreia na bolsa de valores brasileira no final de julho.
A empresa, dona de marcas como Animale, Farm e, mais recentemente, Maria Filó, faturou R$ 1,3 bilhão no ano passado. É a 5ª do País no mercado de vestuário feminino.
No total, são oito marcas, 1,1 milhão de clientes e 282 lojas físicas (quase 90% em shoppings), além do e-commerce.
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Compra de empresas
Dono da Animale, o grupo é reconhecido no mercado por manter uma gestão profissionalizada à frente da companhia, o que não é regra no setor de moda.
Em 2013, Jatahy chegou a negociar a venda do grupo para a gestora Tarpon, mas desistiu da operação em cima da hora. De lá para cá, concentrou energias em expansão e em novas aquisições.
Em 2015, comprou a Foxton, primeira marca masculina do grupo. No ano seguinte, adquiriu a marca Cris Barros. Mais recentemente, em meio à pandemia de coronavírus, concluiu a compra da Maria Filó.
Com a oferta de ações, o Grupo Soma reforçou o seu caixa exatamente para intensificar a consolidação do setor.
Conforme o prospecto, 47% dos recursos serão destinados para fusão e aquisição. Outros 24% para o pagamento de dividendos e 14% para pagar dívidas.

Soma: reprodução Eleven
Tá e aí?
Em relatório a clientes, a Eleven ressalta que as ações de SOMA3 responderam positivamente à sua primeira aquisição.
“Embora a reação do mercado à aquisição da NV seja bastante positiva, ainda temos dúvidas sobre o tamanho do mercado e potencial crescimento de uma marca premium”, escreveram em relatório.
Para a casa, o setor de moda segue aquecido.
Na sexta-feira, a Arezzo (ARZZ3) anunciou a compra do grupo de moda carioca Reserva, por R$ 715 milhões.
Cara ou barata
Voltando ao Soma, a Eleven afirma que segue neutra em sua recomendação, com um preço-alvo de R$ 11,00, o que não leva em consideração a aquisição da NV.
Sobre a compra, a casa avalia que o múltiplo de 7 vezes Ebitda, após as sinergias, “parece bem razoável”, pois representa um desconto de aproximadamente 50% em relação ao múltiplo que o próprio Grupo Soma negocia atualmente.
Por fim, a Eleven cita que a posição de caixa do Soma era de R$ 136 milhões ao final do segundo trimestre, mas não considerava os recursos, no montante de R$ 1,35 bilhão, captados no IPO.
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