O movimento de fusões e aquisições continua aquecido em todo o mundo. Nos últimos dias, o mercado brasileiro chamou atenção com a disputa entre a Ser Educacional, Yduqs e grupo Ânima pela Laurearte, dona da Anhembi Morumbi no Brasil.
O negócio ainda está no período de go shop, que é o prazo que a Laureate tem para avaliação de propostas. Entretanto, o valor da transação já é estimado em R$ 4 bilhões.
As maiores movimentações de fusões e aquisições, no entanto, vêm do mercado externo, em especial da Europa e dos Estados Unidos.
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O que você verá neste artigo:
O que foi destaque nas últimas semanas
No dia 13 de setembro, a gigante de Nvidia anunciou que está em negociações para comprar a britânica Arm do grupo japonês SoftBank, fabricante de componentes para celulares.
Se concluído o acordo, no valor de US$ 40 bilhões, será a maior aquisição do setor até hoje. Além disso, colocará a Nvidia entre os maiores players de tecnologia de smartfones e também impulsionará o seu negócio de data centers.
Outra grande negociação foi na indústria farmacêutica. No último fim de semana, a norte americana Gilead Sciences adquiriu a Immunomedics por US$ 21 bilhões.
A Immunomedics é fabricante do Trodelvy, remédio que combate o câncer de mama. Com essa aquisição, a Gilead assume importante posição entre as farmacêuticas no tratamento oncológico.
Outras fusões no radar
O mercado continua atento a outras grandes fusões. Atualmente as maiores expectativas são as seguintes:
Oracle e TikTok
A Oracle, junto com outros investidores, dentre eles o Walmart, deve adquirir o controle do TikTok nos EUA. O aplicativo, com mais de 800 milhões de usuários no mundo, formaria uma nova unidade de negócios, que teria sede nos EUA e criaria mais de 20 mil empregos no país.
Conforme negociações, a Oracle deverá ter participação com 20% no Tiktok, enquanto Walmart e os fundos Sequoia Capital e General Atlantic ficarão com 40% a 50%. Por outro lado, a ByteDance, atual dona do TikTok, deverá ficar com os 30% ou 40% restantes.
Atualmente os serviços da Oracle têm foco no mercado corporativo, para os quais oferece soluções de plataformas na nuvem. Conforme a companhia, essa aquisição é estratégica e deverá alavancar as receitas com o mercado cloud em 74%.
Isso faria com que a Oracle superasse a Amazon e Microsoft, pois ambas possuem juntas 60% do mercado cloud. Além disso, devido a sua abrangência e número de usuários, o TikTok permitiria à Oracle acesso a dados estratégicos.
UBS e Credit Suisse
Segundo o site suíço Inside Paradeplatz, a fusão dos dois bancos criaria uma das maiores instituições financeiras da Europa.
Há vários anos que o Banco Central Europeu tem se mostrado favorável às fusões bancárias. Isso por causa da baixa rentabilidade das instituições financeiras na última década, agravada recentemente pela Covid.
Entretanto, a regulamentação da transação ainda está em processo de avaliação. Conforme o site, uma fusão poderia ocasionar a redução de 10% a 20% nos postos de trabalho. Isso corresponderia a cerca de 15 mil trabalhadores em todo o mundo.
Caso seja aprovada, a fusão dará origem a um superbanco europeu, com receitas anuais superiores a US$ 50 bilhões.
CaixaBank e Bankia
Ainda no setor bancário, outra fusão de peso é anunciada na Europa. A união entre os espanhóis CaixaBank e Bankia formará uma nova instituição com ativos superiores a 660 bilhões de euros e valor de mercado perto de 16,8 bilhões de euros.
Conforme o acordo, o CaixaBank assumirá o controle do Bankia. Além disso, os acionistas receberão 0,68 ação do Caixa para cada ação do Bankia, o que corresponde a 4,3 bilhões de euros.
Quanto aos resultados, os dois bancos deverão gerar sinergias em torno de 770 milhões de euros ao ano, e nova receita anual de 290 milhões de euros. Após concluída, a fusão dará origem ao terceiro maior banco espanhol, atrás apenas do atrás apenas do Santander e do Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA).
Segundo analistas, a fusão do CaixaBank e Bankia reflete a “superlotação” no mercado bancário europeu. Em julho, o italiano Intesa Sanpaolo afirmou que apoiaria investidores na aquisição da Unione di Banche Italiane. Assim, seria criado o maior banco italiano em ativos e o segundo maior da zona do euro em valor de mercado.
Euronext e Borsa Italiana
Por fim, a bolsa de valores da Itália também está na mira dos investidores.
Na sexta feira, 18 de setembro, a Euronext anunciou que está negociando em caráter exclusivo com o London Stock Exchange Group (LSE) a aquisição da Borsa Italiana. Segundo comunicado, a compra seria em parceria com a CDP Equity, do banco italiano Cassa Depositi e Prestiti, e com o grupo italiano Intesa Sanpaolo.
Desse modo, a Itália passaria a ser o maior contribuinte em receita para o grupo expandido da Euronext.