Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Notícias
Em Brasília, temperatura extremamente elevada – Morning Call

Em Brasília, temperatura extremamente elevada – Morning Call

Uma manhã um pouco mais tranquila, assim se inicia a quarta-feira que sucede um dia difícil para os mercados globais, causada em partes pela ameaça da Apple em não cumprir com sua projeção de receita e mais ainda, pelo temor de que outras companhias sigam pelo mesmo caminho.

Na Ásia, as bolsas no Japão e Hong Kong fecharam no positivo, enquanto o índice Xangai encerrou no terreno negativo, em queda de 0,32%. Nos EUA, os futuros em NY sinalizam um dia menos pesado, operando no positivo neste momento.

Na agenda econômica, o grande destaque é pela decisão do Banco Popular da China, que deve reduzir sua taxa referencial de juros em resposta a desaceleração imposta pelo coronavírus.

Por aqui, os balanços seguem protagonizando as atenções dos investidores: ontem após o fechamento, o forte resultado da IRB deu o que falar e hoje a grande expectativa recai sobre a divulgação dos números da Petrobras, que ocorre após o fechamento do mercado e promete vir forte.

No mercado financeiro, os bancos seguem revisando as projeções de crescimento do Brasil em 2020 e o que se vê de forma quase majoritária, são projeções menos otimistas, já admitindo que a desaceleração da economia chinesa deve ter impacto direto em nosso Produto Interno Bruto, que pode não chegar mais na casa dos 2%, o que no final de 2019, era praticamente um consenso.

Publicidade
Publicidade

O dólar segue não encontrando barreiras e já retornou aos patamares da semana passada, quando precisou da intervenção direta do Banco Central para aliviar um pouco a pressão. A cotação nos atuais R$4,35 deixa o BC em uma posição difícil: se intervir novamente, automaticamente estará estabelecendo um teto, o que sabemos, não é interessante. Mas ao deixar o jogo correr, os comandados de Campos Neto podem sofrer as consequências na inflação, o que também não é interessante.

Na política, Bolsonaro está mais uma vez envolto em polêmicas gratuitas com a imprensa, justamente na semana em que a equipe econômica deve entregar o texto para a Reforma Administrativa, que por si só, já travaria uma batalha difícil com a opinião pública, Congresso e claro, com o funcionalismo.

Assim como as rusgas anteriores, o efeito prático deste novo embate, agora com uma jornalista da Folha de São Paulo, não deve dar em nada: seus apoiadores seguirão defendendo seu modus operandi enquanto seus opositores, ganharão um pouco mais de lenha para jogar na fogueira. O presidente causou surpresa ontem, durante a posse de Braga Netto na Casa Civil, ao defender (sem ser questionando) que “Paulo Guedes não pediu para sair”.

Logo em seguida, veio a informação de que o presidente cancelou uma solenidade do Programa Mais Brasil, para se reunir com Guedes e outros ministros no Planalto. Foi o suficiente para movimentar a “radio peão” em Brasília, levantando diversos boatos: o primeiro, de que o presidente deu um puxão de orelha pelas falas sobre o funcionalismo público e “as aventuras” das empregas domésticas na Disney.

Levantou-se também, a hipótese de que Guedes havia sinalizado a possibilidade deixar o cargo, dada a resistência do presidente e da classe política para com as suas propostas de Reforma. Outra possibilidade, essa mais plausível, é de que Bolsonaro recebeu em mãos o texto da Reforma Administrativa, e que a estudaria antes de encaminhar ao Congresso, o que deve ocorrer entre hoje e amanhã.

De qualquer forma, a semana pré-carnaval que prometia ser morna, agora está efervescente, como parece ser a predileção, tanto da imprensa, quanto do nosso presidente.