A Ecorodovias (ECOR3) informou nesta terça-feira (7) a aprovação da emissão de notas promissórias comerciais para distribuição pública no montante de R$ 1,23 bilhão.
Segundo a empresa, serão emitidas quatro séries, de um total 205 notas comerciais, com valor unitário de R$ 6,0 milhões.
Os recursos líquidos obtidos com a emissão serão utilizados para alongamento do passivo e reforço de caixa. “As notas comerciais não contarão com quaisquer garantias reais ou fidejussórias”, informou.
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Veja o cronograma:
- Notas Comerciais da 1ª Série terão prazo de vigência de 180 dias contados da data de emissão;
- Notas Comerciais da 2ª Série terão prazo de vigência de 365 dias contados da data de emissão;
- Notas Comerciais da 3ª Série terão prazo de vigência de 540 dias contados da data de emissão;
- Notas Comerciais da 4ª Série terão prazo de vigência de 720 dias contados da data de emissão.
Acordo
Nesta segunda-feira (6), a Ecorodovias informou que sua controlada Ecovias firmou acordo de não persecução cível (ANPC) com Ministério Público de São Paulo (MPSP) para encerrar os processos contra a companhia.
Segundo o comunicado, a companhia irá pagar R$ 638 milhões. Os recursos serão destinado conforme determinação do MPSP.
Desse montante, R$ 450 milhões serão destinados a obras de interesse público originalmente não previstas no contrato de concessão da Ecovias.
Estes valores consistem na construção, no prazo 8 anos, podendo ser antecipado para 5 anos, de um Boulevard de cerca de 2 km nas proximidades do Complexo Viário Escola de Engenharia Mackenzie, em São Paulo, e melhorias na Rodovia Anchieta.
Enquanto isso, outros R$ 150 milhões serão utilizados para desconto tarifário de 10%, em favor dos usuários das Rodovias Imigrantes e Anchieta, nas praças de pedágio da Ecovias localizadas no Riacho Grande e Piratininga, no período entre 21h00 de um dia e 5h00 do dia seguinte, a ser aplicado 90 dias após a homologação do ANPC.
Outros R$ 36 milhões devem ser pagos em 6 parcelas ao erário paulista e R$2 milhões FID.
A Ecorodovias projeta o desembolso médio anual líquido de impostos pela Ecovias para realização das obrigações estabelecidas no ANPC será de R$ 48 milhões.
A analista de transporte da XP Investimentos, Bruna Pezzin, avaliou, em relatório, que o acordo com o MP como negativo.
Segundo ela, apesar de se tratar de um montante relevante, relativo a 12% do valor de mercado do Ecorodovias, o acordo resultará no encerramento dos procedimentos contra o grupo, conforme o fato relevante.
“O acordo não afetará as negociações em curso relativas a desequilíbrios contratuais, que se encontram em estágio avançado”, acrescentou Pezzin.
Dessa forma, acrescenta a XP, o acordo deve tirar um potencial “peso” das ações relativo à incerteza de procedimentos futuros.
Cara ou barata?
Para a XP, a recomendação para as ações ECOR3 é de compra, com preço-alvo de R$ 14,8 por ação.
“Tendo em vista que boa parte do montante consiste em CAPEX adicional à rodovia, que pode ser realizado entre 5 e 8 anos, não esperamos impacto material para a alavancagem da companhia nesse momento”, acrescentou a XP, no relatório, publicado antes do anúncio da emissão de notas promissórias.