Em mais uma edição da Conversa de Investidor, live promovida quinzenalmente, sempre às terças-feiras, pela EQI Investimentos, o assunto da vez foi a economia global e como juros e inflação afetam seus investimentos. O apresentador da live, Matheus Szabileski, recebeu Denis Miyabara, assessor e sócio da EQI Investimentos e fundador do canal Investir e Coçar, que explicou o mecanismo de funcionamento das taxas de juros para controle da inflação.
Na véspera da Super Quarta (vale dizer que nesta quarta-feira, 17, o Fed cortou em 25 pontos-base a taxa de juros dos Estados Unidos e a expectativa é que o Copom mantenha a Selic em 15%), ele explicou que a política monetária busca um controle do processo inflacionário. O problema é que, quando há elevação das taxas, há desestímulo à economia. Esse fator que explica porque há, no cenário atual brasileiro, poucos IPOs (ofertas iniciais de ações) e muitas OPAs (fechamento de capital).
Inflação e juros e o impacto nos investimentos
A inflação afeta os investimentos porque corrói o poder de compra do dinheiro: se a rentabilidade da aplicação for menor do que a inflação, mesmo que o valor investido cresça em números absolutos, na prática se está perdendo dinheiro, já que o investidor conseguirá comprar menos com ele no futuro.
Já os juros influenciam diretamente a atratividade dos diferentes tipos de investimento. Quando os juros estão altos, investimentos de renda fixa costumam oferecer retornos maiores, o que atrai investidores para opções mais seguras, enquanto ativos de risco, como ações e imóveis, tendem a se desvalorizar porque o crédito fica mais caro e as empresas reduzem seus lucros.
Por outro lado, quando os juros caem, a renda fixa rende menos e os investidores buscam alternativas em ativos de maior risco, estimulando a valorização das bolsas e do mercado imobiliário. Em resumo, a inflação determina se o ganho é real ou apenas nominal, e os juros orientam para onde o capital tende a fluir.
O assessor explicou que o cenário econômico atual reflete algumas dificuldades, como a desvalorização do dólar frente a diversas moedas, que fica evidente no aumento de 12,77% do indicador DXY. O que impulsiona tal desvalorização, ele avalia, é a adoção de tarifas de importação por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como forma de tentar equilibrar o que ele considera um desequilíbrio comercial.
Como juros e inflação afetam seus investimentos: estratégias
Na live, Miyabara e Szabileski discutiram algumas estratégias que podem ser adotadas pelos investidores para proteção dos investimentos em meio a esse cenário de juros altos. Miyabara explicou que existem alocações aderentes e não aderentes às recomendações do time de assessoria da EQI Investimentos. Mas que aqueles que preferem seguir as indicações dos assessores encontram mais facilidades para navegar com tranquilidade no cenário atual.
“Com uma estratégia bem montada, dá para ter um rendimento com renda fixa próximo ao que pode ser obtido com renda variável”, explicou ele.
Para isso, podem ser adotados investimentos com as mais variadas finalidades. Títulos de renda fixa pré-fixados, por exemplo, servem como proteção ao impacto do aumento da taxa Selic.
Entre as aplicações de renda fixa que podem ser levadas em conta estão CDBs, LCI, LCA como opção de diversificação. Já para a fazer a marcação a mercado, ele cita títulos do Tesouro prefixados e IPCA+.
Entenda as carteiras para cada tipo de perfil
Miyabara e Szabileski destacaram também que cada portfólio de investimentos deve ser montado de forma estratégica, respeitando o perfil de risco de cada cliente: investidor conservador, moderado e arrojado.
Na carteira conservadora, a alocação de investimentos se dá 85% em renda fixa e mais 15% em investimentos no exterior. Mas essa fatia de 85% pode ser subdividida em títulos pós-fixados e IPCA+, de forma a garantir maior rentabilidade possível com o menor nível de risco.
Já para quem tem um perfil de risco moderado, a carteira é construída com 65% de renda fixa; 15% em Fundos Imobiliários (FIIs); 15% em investimento exterior; e mais 5% em ações.
Por fim, a carteira arrojada compreende 50% em renda fixa; 20% em FIIs; 15% em ações e mais 15% em investimento exterior.
Clique no vídeo abaixo para assistir a live na íntegra: