Yao Jingyuan, Conselheiro Sênior do Estado chinês, revelou nesta quinta-feira (28) que a economia do país enfrenta a maior crise dos últimos 27 anos e que isso está refletido nos números do crescimento do último trimestre: 6%, o pior registrado desde 1992.
O conflito comercial com os Estados Unidos, que se arrasta há 16 meses mas está perto de um fim, é apontado como um dos fatores determinantes para o cenário atual.
No segundo trimestre os números também ficaram abaixo do esperado, registrando uma média de 6,2% de crescimento do PIB em relação a 2018.
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A luta do governo para fechar 2019 na casa dos 6 ou 6,5% começou com a estabilização do mercado de trabalho e dos setores comercial, financeiro e de investimento estrangeiro.
Segundo Yao Jingyuan, no entanto, a expectativa de melhora deve ficar somente para os primeiros meses de 2020.
“A economia chinesa este ano enfrentou suas piores dificuldades e desafios. Não devemos excluir a possibilidade de estarmos abaixo de 6% neste trimestre ou no próximo ano”.
Lucro na economia chinesa
O lucro da indústria chinesa caiu quase 10% (9,9%) em um ano, entre outubro de 2018 e outubro de 2019. O resultado foi de 427,56 bilhões de yuans (US$ 60,74 bilhões).
É o que revelam dados do National Bureau of Statistics nesta quarta-feira (27).
Essa é a queda mais acentuada da indústria chinesa, o que ilustra a desaceleração da segunda maior economia do mundo.
Entre janeiro e outubro, a queda foi de 2,9% em relação a 2018. De janeiro a setembro, a queda havia sido de 2,1%.
No setor manufatureiro, a contração foi de 4,9% no período janeiro-outubro em comparação com o ano passado. No setor de mineração, os lucros das empresas caíram 2,9%.
Os dados cobrem as empresas com mais de 20 milhões de yuans em receita anual de suas principais operações.
Indústria chinesa em queda: disputa com os EUA
O setor industrial da China está sob pressão nos últimos meses, com a desaceleração da demanda doméstica e as consequências da disputa comercial entre china e EUA.
“A grande queda nos lucros de outubro sugere que a economia real ainda enfrenta muitas dificuldades”, afirmou à Reuters Nie Wen, economista do Hwabao Trust de Xangai, acrescentando que as indústrias chinesas enfrentam agora um duplo golpe de preços em queda e custos de financiamento mais altos.
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