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Demissão de comandantes das Forças Armadas abre nova crise no governo

Demissão de comandantes das Forças Armadas abre nova crise no governo

O Ministério da Defesa informou nesta terça-feira (30) que os três comandantes das Forças Armadas serão substituídos. Os nomes dos substitutos ainda não foram definidos.

Diz o comunicado do Ministério na íntegra: “O Ministério da Defesa (MD) informa que os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica serão substituídos. A decisão foi comunicada em reunião realizada nesta terça-feira (30), com presença do Ministro da Defesa nomeado, Braga Netto, do ex-ministro, Fernando Azevedo, e dos Comandantes das Forças”.

No entanto, não fica explícito na nota se Edson Pujol, do Exército, Ilques Barbosa, da Marinha, e Moretti Bermudez, da Aeronáutica, pediram demissão ou foram destituídos a pedido do presidente Jair Bolsonaro.

Os três comandantes se reuniram pela manhã com Fernando Azevedo e Silva, que ontem deixou o cargo de ministro da Defesa. Depois, conversaram também com Walter Braga Netto, nome já confirmado para o posto.

Segundo o jornal O Globo, foi decisão dos militares deixar os postos, em um protesto contra a demissão do ministro. Também, para sinalizar que as Forças Armadas não darão suporte a Bolsonaro em ações contra o Supremo Tribunal Federal (STF) ou na decretação de um possível estado de defesa ou estado de sítio, hipóteses que já são aventadas em Brasília.

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Segundo a imprensa, a saída de Pujol do Exército era uma reivindicação antiga do presidente, mas que não foi acatada por Fernando Azevedo e Silva, surgindo daí o atrito que culminou com a troca no Ministério. Já a saída dos comandantes da Aeronáutica e da Marinha foi uma surpresa.

Dança das cadeiras

Na segunda (29), o presidente promoveu uma “mini-reforma”, com seis trocas no primeiro escalão do governo. Inesperada, a mudança deixou claro que o presidente busca agradar se alinhar às exigências do Centrão.

Os movimentos foram os seguintes:

  • Na Casa Civil da Presidência da República assume o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira;
  • No Ministério da Justiça e Segurança Púbica entra o Delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres;
  • No Ministério da Defesa, após Fernando Azevedo e Silva anunciar que deixou o cargo de ministro, assume o general Walter Souza Braga Netto, que ocupava a Casa Civil;
  • O Ministério das Relações Exteriores, após Ernesto Araújo deixar o Itamaraty, vai ser ocupado pelo embaixador Carlos Alberto Franco França;
  • A Secretaria de Governo da Presidência da República terá como titular a deputada Federal Flávia Arruda (PL-DF);
  • Na advocacia-Geral da União vai entrar André Luiz de Almeida Mendonça, vindo do Ministério da Justiça.

Mudança positiva para pauta econômica

Apesar de abalar a relação entre Forças Amadas e governo, as mudanças tem pontos positivos política e economicamente, na análise da Arko Advice.

A ascensão de Flávia Arruda (PL-DF) para assumir a secretaria do Governo, afirma a Arko, é positiva para as pautas da equipe econômica.

Isto porque a deputada é um nome de confiança do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Além disso, ganhou a confiança do governo ao presidir a Comissão Mista do Orçamento (CMO) de 2021 e, assim como Lira, é tida como defensora das propostas de Paulo Guedes.

“As alterações tendem a melhorar o relacionamento do governo com o Congresso e com a equipe econômica”, avaliou Cristiano Noronha, cientista político da Arko, em live exclusiva para clientes.