A incorporadora Cury (CURY3), subsidiária da Cyrela (CYRE3) estreou na bolsa nesta segunda-feira com a volatilidade como marca.
Fixado em R$ 9,35 por a ação em sua oferta pública inicial (IPO), o papel sofreu uma queda de 6,74% e chegar a ser cotada a R$ 8,72, mas se recuperou.
A ação, por volta das 15h30, registrava alta de 3,42% em cima da oferta inicial, sendo negociada a R$ 9,67.
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No fim do dia, voltou a apresentar leve queda e foi negociada com alta de 1,18% em cima do valor inicial, a R$ 9,46.
O que você verá neste artigo:
O evento
O evento, realizado de forma virtual, contou com a participação do CEO da B3, Gilson Finkelsztain, além de Fábio Elias Cury, CEO da Cury, conectados com os demais executivos da companhia e conselheiros de administração.
A oferta foi feita nos termos da ICVM 400, com coordenação do Banco BTG Pactual (Coordenador Líder), do Itaú BBA, Bank of America e da Caixa Econômica Federal (Coordenadores da Oferta).
Com a realização de seu IPO, a construtora passou a ser a 151ª empresa listada no Novo Mercado, segmento com os mais elevados padrões de governança corporativa.
Oferta da Cury levantou R$ 977,5 milhões
O primeiro dia da Cury na bolsa acabou resultado em um levantamento de R$ 977,5 milhões em sua oferta de ações.
O valor total acabou ficando um pouco abaixo do que previa a captação inicial, estimada em aproximadamente R$ 1,5 bilhão antes da efetiva estreia.
A diferença se deu, principalmente, porque o preço da ação ficou aquém da faixa indicativa prospectada no início do mês, que estava entre R$ 11 a R$ 14,30.
O montante captado nesta segunda-feira já tem destino. Dos R$ 977,5 milhões levantados, R$ 170 milhões são em relação à tranche primária e, assim, vão para o caixa da empresa.
Os recursos captados pelo IPO serão direcionados pela Cury para a aquisição de terrenos.
A empresa é voltada a empreendimentos residenciais focados na baixa renda e atua, principalmente, nas regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro.
Sobre a Cury Construtora
A Cury foi fundada em 1963 por Elias Cury. Já sob o comando de seu filho, Fábio, a empresa firmou uma joint venture com a Cyrela, maior do setor.
O negócio supria uma deficiência da Cyrela, focada em clientes de média e alta renda. A empresa já atuava na construção de imóveis para baixa renda. A parceria fez muito mais sentido dois anos depois, quando o governo federal lançou o programa Minha Casa, Minha Vida.
A Cyrela possui 48,25% de posição acionária na Cury. Em março, a Cury representava aproximadamente 2,22% do seu patrimônio líquido consolidado.
No ano passado, a Cury lançou 14 empreendimentos imobiliários com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 1,14 bilhão.
No primeiro semestre de 2020, a empresa lançou seis empreendimentos. Com isso, totalizou R$ 469,1 milhões de VGV, dos quais R$ 384 milhões referem-se à participação da empresa.
Informações financeiras
No ano passado, a Cury lucrou R$ 204 milhões em 2019.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou em R$ 251 milhões.
A receita líquida da Cury em 2019 foi de R$ 1,019 bilhão.
Já a dívida líquida da empresa totalizou R$ 27 milhões no ano passado.
Em relatório de junho do ano passado, o Itaú BBA calculava um valor de mercado implícito para a Cury de R$ 1,3 bilhão a R$ 1,6 bilhão.
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