O BTG abriu relatório afirmando que a aquisição das operações móveis da Oi (OIBR3) pelo o consórcio formado por TIM (TIMS3), Vivo (VIVT3) e a Claro da AMX representa uma nova era para o setor de telecomunicações no Brasil.
O banco considera que a TIM foi a maior beneficiada pela transação. Telefônica e Claro também se beneficiaram, mas menos.
O consórcio está dividindo as operações móveis da Oi em três. No entanto, a TIM manterá grande parte do ativo (54% do espectro, 40% dos clientes e 49% dos sites móveis) e está pagando R$ 7,3 bilhões.
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Por sua vez, a Vivo realizará o segundo maior desembolso, comprando 46% do espectro da Oi, 29% da base de clientes e 19% dos sites por R $ 5,5 bilhões.
Enquanto Claro AMX, que controla mais espectro do que a Vivo e muito mais do que a TIM, não está comprando nenhum espectro. Em vez disso, ficará com 32% da base de clientes e sites, pagando R$ 3,7 bilhões.
A transação foi fechada por R $ 16,5 bilhões mais R$ 819 milhões de capacidade take-or-pay de longo prazo contrato firmado entre a Oi e as três operadoras.
Conforme o documento, o negócio deve ser concluído no final de 2021, após aprovação da Anatel e o do CADE.
Movimento grande e ousado
Ao comprar o negócio móvel da Oi, TIM, Vivo e Claro estão ganhando acesso ao espectro da Oi (92 MHz nas bandas de frequência de 900 MHz, 1,8 GHz, 1,9 GHz e 2,5 GHz).
Além disso, irão se beneficiar de sinergias opex e capex consideráveis, bem como aproveitar os elementos de reparo do mercado.
De acordo com o BTG, o movimento deles também bloqueia a entrada de qualquer recém-chegado, travando assim um mercado móvel de 3 players a longo prazo.
TIM ganha mais com a transação; Vivo (e AMX) também ganham, mas menos
A TIM tem muito menos espectro que a Claro (34% a menos) e a Vivo (19% a menos), então o negócio vai ajudar a reduzir a lacuna do espectro. O BTG também espera grandes sinergias com a otimização despesas gerais, custos associados à manutenção da rede e capex.
Assim, o banco estima ganhos de sinergia que podem criar R$ 7,3 bilhões em valor extra para a TIM, ou R $ 3,0 por ação.
No caso da Vivo, o BTG estima R$ 4,6 bilhões em criação de valor, ou R$ 2,7 / ação.
Outro passo importante na recuperação da Oi
A venda da divisão mobile é mais um passo fundamental para o processo de recuperação da Oi. Com a venda de sua unidade móvel, a empresa já leiloou o equivalente a R$ 18 bilhões, ou 73% dos R$ 24,5 bilhões que a empresa deve levantar com a venda de ativos.
O próximo passo é o leilão de uma participação na empresa de infraestrutura da Oi por um preço mínimo de R$ 20 bilhões (Oi espera levantar R $ 6,5 bilhões por uma participação na InfraCo), esperado para acontecer no primeiro trimestre de 2021.
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