Em relatório, o BTG escreveu que a Suzano (SUZB3) continua a entregar mais, mostrando ao mercado sua impressionante capacidade de execução em condições de mercado difíceis. O relatório assinado pelos analistas, Caio Greiner e Leonardo Correa, foi publicado nesta sexta-feira (30).
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 3,77 bilhões no terceiro trimestre deste ano, queda de 10% na comparação com o trimestre anterior, mas ainda superou as projeções do BTG por uma larga margem (22%).
De acordo com o BTG, a batida foi conduzida por: maiores volumes de celulose (9% acima do projeto pelo banco), melhores custos de caixa de celulose (7% abaixo) e volumes de papel muito mais fortes do que o esperado (+23%).
No documento, o BTG disse que sua confiança no histórico operacional da Suzano apenas melhora, e agora é uma questão de tempo para a gestão entregar forte desalavancagem.
No entanto, o ciclo não tem ajudado, mas o banco espera aceleração do fluxo de caixa do acionista (FCFE, na sigla em inglês) até 2021 com aumentos modestos nos preços da celulose. A projeção do BTG é de US$ 60 por tonelada.
Embora a alavancagem financeira ainda esteja alta em 5,1 vezes, o banco acredita que este indicador pode cair para 3,5 vezes até o final do próximo ano.
Com base nisso, o banco reforça a recomendação de compra para Suzano, com preço-alvo de R$ 59,00.
Produção e embarques superam expectativas do BTG
A Suzano reportou embarques de celulose de 2,5 Mt, o que surpreendeu positivamente o BTG.
A companhia conseguiu manter a produção de celulose estável no trimestre, apesar de várias paradas para manutenção durante o período. Os estoques permaneceram inalterados em aproximadamente 1,3Mt (abaixo do que é considerados “níveis normalizados” em ~ 1,5Mt).
Os preços realizados de exportação caíram -3%, para US$ 458 / tonelada, que é um prêmio para o índice de preços para os principais tipos de celulose (FOEX) de US$ 445 / t.
O BTG também destaca que a Suzano entregou um desempenho de custo sólido no trimestre.
A queda anual é explicada por menores custos de madeira (menor raio médio + maior produtividade) e ganhos de sinergia, parcialmente compensados por custos mais altos em dólares americanos.
Na divisão de papel, o Ebitda de R$ 394 milhões ficou bem acima da estimativa do BTG, devido a volumes maiores do que o previsto, alta 3% na comparação ano a ano.
Perdas em derivativos continuam; geração de caixa na baixa do ciclo
A Suzano registrou dívida líquida de R$ 68,7 bilhões, a cifra está em linha com as projeções do banco.
Enquanto a empresa conseguiu gerar cerca de R$ 1 bilhão em FCFE (incluindo perdas de caixa das posições de derivativos de R $ 1,3bi), a variação monetária impactou o endividamento no trimestre.
O tamanho das perdas com posições derivadas é lamentável, mas isso não é algo novo e deve ser relativamente bem entendida pelo mercado neste momento, disse o BTG
Segundo o BTG, o ponto principal é que a Suzano gera FCF na baixa do ciclo, e esses números podem acelerar em 2021.
Dessa forma, o banco está confiante de que a alavancagem de 3,5 vezes será alcançável até final de 2021.
Ação subvalorizada
Conforme o BTG, as ações da Suzano estão subvalorizadas (em uma base DCF normalizada) e que os investidores estão descontando mal os benefícios do negócio com a Fibria.
Embora a alavancagem não seja confortável e possa levar anos para se normalizar, o BTG acredita que o caminho está claro, e considera a situação administrável.
Dessa forma, o BTG reiterou a recomendação de compra para Suzano e acreditam que a ação deve continuar a ter um bom desempenho sob um ambiente favorável de preços de commodities nos próximos meses.
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