Em relatório divulgado nesta quinta-feira (4), o BTG Pactual (BPAC11) classificou os resultados do Bradesco (BBDC4) para o quarto trimestre de 2020 como melhores do que o esperado.
“Os ganhos da tesouraria definitivamente ajudaram, mas a grande queda do Opex foi o principal destaque”, afirmaram os analistas do BTG.
No quarto trimestre de 2020, o Bradesco apresentou um lucro líquido gerencial de R$ 6,8 bilhões (Roe de 20%), aumento de 35% no trimestre e 2% no ano, 20% acima das expectativas do BTG.
Os ganhos da tesouraria foram anormalmente fortes e aumentaram, aproximadamente, R$1 bilhão no trimestre, 10% acima do que o BTG esperava.
Para os analistas do BTG, o principal fator positivo foi o Opex (despesas operacionais) que despencou com o fechamento de 400 agências e 5 mil funcionários a menos, em comparação ao terceiro trimestre.
“O Bradesco está definitivamente cortando sua própria carne. Ele fechou outras 400 agências no quarto trimestre (total de 1.083 em 2020) e o número de funcionários atingiu 89,6 mil, abaixo dos 95,9 mil no terceiro trimestre”.
Dados os resultados melhores do que o esperado e as orientações positivas, o BTG classificou o Bradesco como sua nova Top Pick entre os bancos de grande capitalização no Brasil, com recomendação de compra e preço alvo em R$ 30,00.
Projeções
A projeção para 2021 indica lucro líquido entre R$ 26 bilhões a R$ 27 bilhões, alta de 36%, de volta aos níveis de 2019.
Após crescer 10% em 2020, o Bradesco espera crescer 9-13% em 2021.
O cliente NII, que em 2020 cresceu 5,1%, deve crescer de 2 a 6%.
As taxas diminuíram 2,6% em 2020, e as projeções indicam um crescimento de 1-4% em 2021.
Os seguros caíram 18%, mas devem reverter e aumentar de 2-6%. O Opex deve cair mais 1-5% depois de encolher 5% em 2020.
As provisões expandidas para créditos de liquidação duvidosa, que em 2020 alcançaram R $ 25,8 bilhões, devem totalizar R$ 14-17 bilhões, o que em seu ponto médio é apenas 7,6% superior a 2019.