Relatório do banco BTG Pactual (BPAC1) recomenda compra para Iguatemi (IGTI11). Isto porque as ações da empresa encontram-se com perspectivas positivas e valuation excessivamente descontado. O preço-alvo é de R$ 27.
Para o banco, com a pandemia praticamente para trás, as vendas dos shoppings se recuperaram muito e os aluguéis já estão significativamente mais altos do que os níveis pré-Covid em termos reais.
Dito isso, o banco aponta que as taxas de juros mais altas impediram a recuperação das ações (as ações da Iguatemi estão sendo negociadas perto das mínimas de fevereiro – março de 2020), criando uma boa oportunidade de compra.
“Assim, reiteramos nosso rating de compra no Iguatemi, que parece incrivelmente atraente em 12x P/FFO 2022E (IRR real implícito/patrimônio líquido de 11%, um bom spread de ~550bp nas taxas de referência)”, ressaltou o BTG.
BTG (BPAC11): métricas de portfólio em ascensão
O banco esteve reunido com a administração do Iguatemi, com as presenças do CFO, Guido Oliveira, e do diretor de RI, Marcos Souza, para discutir as perspectivas do setor e os recentes desenvolvimentos corporativos.
Os principais foram observados que: as vendas dos lojistas continuam crescendo a bom ritmo; ao Iguatemi continua elevando os aluguéis muito acima do crescimento das vendas; as métricas do portfólio estão melhorando (vacância, inadimplência, custos de ocupação dos lojistas, etc.); as iniciativas Iguatemi365 e i-Retail apresentam bom desempenho; e a empresa tornou-se mais seletiva na alocação de capital, uma vez que as ações estão subavaliadas e o custo da dívida aumentou.
Vendas crescem a bom ritmo
Com relação às vendas do portfólio da empresa, estes continuam crescendo em ritmo forte – same store sales (SSS) 15% no primeiro trimestre. Mas os números de abril/maio parecem ainda mais fortes do que isso, já que os consumidores de alto padrão têm sido muito mais resilientes ao macro mais difícil.
“E como o Iguatemi manteve os custos de condomínio praticamente estáveis desde o início da pandemia, os executivos disseram que a empresa vem aumentando muito os aluguéis recentemente (passando toda a inflação acumulada do IGP-M dos últimos anos mais um aumento real), mantendo custo de ocupação em linha com a média histórica e reduzindo as taxas de inadimplência/vacância”, apontou outro trecho do relatório.
Alocação seletiva de capital
Como as ações do Iguatemi parecem desvalorizadas e o custo de capital aumentou, a administração ficou mais seletiva em grandes fusões e aquisições, pois teriam que ser ótimos negócios para gerar valor para os acionistas, o que a empresa ainda não encontrou.
Com isso, o BTG aponta que o Iguatemi ainda vê oportunidades de comprar participações minoritárias em seu portfólio em condições atrativas. A administração também informou que o investimento no Iguatemi365 é estratégico, e a iniciativa deve chegar perto do break even em 2023 (EBITDA ainda é negativo), enquanto o i-Retail também apresenta bom desempenho (já que o consumo no segmento AAA está em alta).