A BRF (BRFS3) registrou um prejuízo líquido de R$ 199 milhões no segundo trimestre de 2020, revertendo o lucro de R$ 307 milhões registrados no mesmo período ano passado.
O resultado negativo se deu apesar de a receita líquida da BRF ter avançado 27,8% na mesma base, chegando a R$ 11,6 bilhões.
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BRF (BRFS3): Confira os principais números do balanço
Lucro líquido
- 2TRI21: – R$ 199 milhões
- 2TRI20: R$ 307 milhões
Receita líquida
- 2TRI21: R$ 11,6 bilhões
- 2TRI20: R$ 9,1 bilhões
Ebtida ajustado
- 2TRI21: R$ 1,2 bilhão
- 2TRI20: R$ 1,03 bilhão
Resultado impactado por desempenho financeiro
A principal âncora do balanço do frigorífico foi o resultado financeiro líquido, que subtraiu R$ 759 milhões do faturamento, ante déficit de R$ 190 milhões no 2TRI20, refletindo os maiores juros sobre empréstimos, financiamentos, contingências, arrendamentos e passivos atuariais, variações monetárias e opções de compra da Banvit – comprada pela BRF no início de 2017.
O resultado financeiro piorou apesar de a companhia ter diminuído seu endividamento bruto em 0,4% na comparação com o registrado no fim de dezembro de 2020, devendo R$ 22,7 bilhões – o endividamento líquido, entretanto, avançou 4,5% na mesma base, para R$ 14,7 bilhões, com maior queima de caixa.
Desempenho operacional cai com maiores custos
No desempenho operacional, a BRF viu a receita no Brasil avançar 24,8% na base anual, chegando a R$ 5,8 bilhões, com a variação de preços da carne e também com um leve avanço, de 2,7%, do volume vendido, que chegou a 570 mil toneladas, ante 255 mil no segundo trimestre de 2020.
No segmento internacional, o volume negociado avançou 7,7%, para R$ 499 milhões, chegando a uma receita líquida de R$ 5,4 bilhões, ante R$ 4,2 bilhões no 2TRI20. Maior volume e avanço dos preços na China são os maiores responsáveis pela variação positiva.
Além do resultado financeiro, o desempenho da BRF foi prejudicado também pelo crescimento de 32,1% na base anual do custo dos produtos vendidos, que chegou a R$ 9,4 bilhões.
“Na comparação com o segundo trimestre de 2020, temos maiores volumes, aumento do preços dos grãos, efeitos inflacionários sobre os principais insumos produtivos e R$ 57milhões relacionados ao combate e prevenção da Covid-19” explicou a companhia no documento publicado na noite desta quinta-feira (12).
A BRF viu também suas despesas operacionais crescerem 15,6%, chegando a R$ 1,5 bilhão, também por conta dos gastos com covid-19. A empresa pontua, porém, que esses diminuíram ao serem comparados, proporcionalmente, à receita líquida.
Com isso, o Ebitda do frigorífico ficou em R$ 1,2 bilhão, alta de 10% na base anual, mas a margem Ebitda regrediu de 11,3% para 10,9%