Está agendada para sexta-feira, dia 24 de janeiro, a chegada do presidente Jair Bolsonaro à Índia. A viagem marca um movimento de aproximação comercial entre os dois países. O Brasil mira o mercado de alimentos e commodities minerais que à Índia tem a oferecer, de acordo com informações da reportagem do portal UOL.
A aproximação do Brasil com a Ìndia ocorre em um momento no qual a relação entre Brasil e Argentina, seu principal parceiro no Mercosul, está cada vez mais estremecida, desde que Bolsonaro e o presidente argentino Alberto Fernàndez, com ideias e preceitos ideológicos divergentes, passaram a trocar farpas e declarações críticas.
Crescimento da Índia
A estratégia de abordagem do Brasil leva em consideração o fato de que a Índia teve um crescimento de aproximadamente 7% ao ano na última década, dobrando ainda mais sua renda per capita nos setores de manufatura, elétrico, de suprimento de água e gás, construção de administração pública e defesa.
A Índia pode ultrapassar a China como o país mais populoso do mundo nos próximos dez anos. A população atual da Índia é de 1.387.297.452 pessoas, com dados da United – Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações, e a da China é de 1,4 bilhão de habitantes.
O governo brasileiro espera aumentar de US$ 7 bilhões para US$ 25 bilhões o seu comércio com a Índia.
Relação econômica com a Argentina se mostra estremecida
Em 2019, o Brasil estava reacendendo sua relação econômica com a Argentina, mas, com a eleição do novo presidente Alberto Fernández, essa tentativa se deteriorou devido às divergências políticas e ideológicas.
Presença em Davos mostra novos caminhos
A expectativa do secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia Marcos Troyjo e do ministro Paulo Guedes é de que, ao participarem do Fórum Econômico Mundial de Davos na Suíça, terão mais força para emplacar as novas negociações com a Índia.
Guedes reforçou no evento a concretização da reforma da Previdência no Brasil, argumentando que isso pode ser sinalização de que estão no caminho certo para a retomada da economia.
Aproximação maior com a China
Em paralelo a isso, o governo brasileiro planeja intensificar uma aproximação maior com a China, fazendo com que a possível assinatura do acordo UE-Mercosul motive os chineses a investirem mais no Brasil. O que abriria as portas pra uma parceria que a longo prazo trará ainda mais benefícios para ambos os lados.
Marcos Troyjo disse em entrevista que a assinatura da primeira fase do acordo comercial entre EUA-China é de grande valia para que mais tarde possamos colher bons frutos também para o Brasil.
“Neste momento, o que nosso país precisa é da diminuição dos níveis de incertezas globais para só assim conseguir os avanços que tanto gostaríamos em ramos como política e economia”, afirmou Troyjo em entrevista concedida à agência Bloomberg.