A BR Malls (BRML3), companhia do segmento de shoppings centers, registrou no segundo trimestre de 2021 um prejuízo líquido de R$ 112,9 milhões, queda de 81,86% na comparação com o déficit de R$ 619,6 milhões do mesmo período de 2020.
A queda se deu, parcialmente, pela alta da receita, com a BR Malls faturando R$ 261,8 milhões, ante R$ 185,5 milhões no mesmo período do ano passado. Esse número avançou, principalmente, com a diminuição das restrições impostas pelos governos para conter a pandemia da covid-19, apesar delas ainda existirem.
“Nosso período de funcionamento totalizou 75,4% quando comparado ao mesmo período de 2019. Ao longo de abril, passamos a ter 100% dos nossos ativos abertos, operando 52,8% do horário regular, número que evolui para 87,5% no mês de junho”, conta a BR Malls em relatório publicado na noite desta quinta-feira (12).
Leia aqui o balanço na íntegra.
BR Malls (BRML3): Principais números do trimestre
Lucro líquido
- 2TRI21: – R$ 112,9 milhões
- 2TRI20: R$ 619,6 milhões
Ebitda ajustado
- 2TRI21: R$ 140,1 milhões
- 2TRI20: R$ 48,5 milhões
Receita líquida
- 2TRI21: R$ 261,8 milhões
- 2TRI20: R$ 185,5 milhões
Shoppings melhoram e BR Malls corta custos
A taxa de ocupação das lojas melhorou 0,1% na comparação com o segundo trimestre de 2020, chegando a 96,3%, se igualando ao que era registrado em 2019, antes da pandemia. As receitas de locação chegaram a superar em 3% o registrado no mesmo período de 2019, ficando em R$ 210 milhões.
O NOI, receita descontada dos custos para operar os bens imobiliários, chegou a R$ 232,5 milhões, alta de 69,2% na base anual, com margem de 89%.
Esse indicador foi impulsionado pela queda dos custos, com a BR Malls gastando R$ 26,7 milhões, queda de 28,1% na comparação com o período de abril a junho de 2020. Destaque para a redução dos custos com gastos com pessoal, de 10,9%, chegando a R$ 3 milhões, e os custos condominiais, de 70,5%, ficando em R$ 8,4 milhões.
A BR Malls readequou seu time de auditoria de lojas, após automatizar informações de vendas, e, nos custos condominiais, recebeu um aporte extraordinário de R$ 19,4 milhões.
As despesas com vendas, gerais e administrativas, por sua vez, avançaram 2,9%, chegando a R$ 87,7 milhões, em consequência do aumento da provisão para pagadores duvidosos e do aumento das comissões de vendas.
Balanço impactado por evento não recorrente
Além disso, houve um déficit de R$ 241,03 milhões registrados no segmentos “outros resultados operacionais”, o que a companhia não explica muito bem. “A variação de outros resultados operacionais se deve principalmente pela atualização da avaliação a valor justo dos nossos shoppings, que acontece semestralmente”, diz.
Com isso, o Ebitda da BR Malls ficou em negativo em R$ 102 milhões, ante R$ 854,6 milhões negativos no segundo trimestre de 2020. Sem esse valor, o Ebitda ajustado seria de R$ 140,1 milhões e o lucro de R$ 57,1 milhões.
O resultado financeiro ficou negativo em R$ 86,9 milhões, alta de 68,2% na base anual, com as elevações da taxa Selic, uma vez que 78,5% das dívidas da companhia são atreladas ao CDI – a companhia fechou junho com uma dívida líquida de R$ 2,4 bilhões.