Para evitar a falta de caixa e, consequentemente, a inadimplência de pequenas e médias empresas, os bancos privados cogitam abrir uma linha para folha de pagamento, informa reportagem do Valor Econômico.
Isso porque empresas sem fluxo de caixa não pagam salários e trabalhadores sem salários não pagam contas, criando assim um efeito cascata na economia e nas operações bancárias.
Executivos do mercado financeiro estimam que a paralisação das atividades nas indústrias e comércios fará secar o caixa destas empresas em uma ou duas semanas.
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A suspensão das atividades das empresas e a quarentena imposta às pessoas é um recurso de enfrentamento à propagação do coronavírus em todo o mundo.
Recentemente, os empresários pediram um ‘Plano Marshal’.
Tesouro Nacional
Levantamento do Valor indica que as instituições financeiras querem o Tesouro Nacional na operação.
Os agentes privados estimam a necessidade de liquidez no setor, em especial às pequenas e médias empresas.
Assim, o financiamento da folha de pagamento seria um dos recursos para assegurar que os salários continuem chegando às contas dos funcionários, evitando, com isso, o agravamento do desemprego.
Pessoa Física
O socorro à classe trabalhadora também é um auto socorro. Isso porque os bancos apostaram fortemente no crédito a pessoas físicas e pequenas e médias empresas nos últimos anos.
Esses segmentos, agora, são justamente os que correm maior risco de não honrarem seus compromissos, acrescenta o Valor.
A iniciativa vai ao encontro de uma proposição do presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Benjamin Steinbruch, que no último domingo ventilou que se ofereça capital de emergência às pequenas e médias empresas.
O esforço em torno do tema é pelo temor de uma nova crise de crédito, conforme a ocorrida em 2016, quando da recessão econômica.
Os empresários consideram que as medidas anunciadas pelo Banco Central (BC) são corretas, mas insuficientes. Os executivos aguardam uma piora do quadro econômico-financeiro nos próximos dias.
R$ 1,2 trilhão
As medidas anunciadas recentemente pelo BC terão impacto de aproximadamente R$ 1,2 trilhão. O cálculo é da própria instituição reguladora e as ações visam facilitar renegociações de dívidas.
Também visa a liberação de capital bancário com redução em alíquotas dos compulsórios e depósitos a prazo.
Para ter um quadro completo da situação, o BC tem solicitado às instituições bancárias um espelhamento sobre a situação dos clientes.