O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira (17) que pretende ter um “bom relacionamento” com a Argentina, mas tendo a “democracia e a liberdade acima de tudo”.
“Obviamente, o que nós queremos com a Argentina é o Mercosul, um bom relacionamento, mas tendo aí a democracia e a liberdade acima de tudo”, disse.
A declaração foi dada quando Bolsonaro comentou o fato de que o presidente do país vizinho, Alberto Fernández, não deve comparecer à posse do presidente eleito do Uruguai, Luis Lacalle Pou.
Havia o plano de Bolsonaro e Fernández se encontrarem durante o evento.
“Tem um evento na Argentina nesse dia (da posse), e ele dificilmente compareceria. Eu disse: eu atraso minha vinda para cá caso ele vá prestigiar a posse. Parece agora que não vai dar tempo de cumprir essa agenda”, disse Bolsonaro, que comentou ainda que um outro encontro dependerá dos chanceleres.
Concursos
Segundo reportagem do Estadão, a equipe econômica decidiu segurar os processos seletivos até a nova proposta de reforma administrativa receber o aval dos parlamentares.
Para Bolsonaro, que voltou a falar que os servidores atuais não irão “perder nada” com as mudanças, o quadro público está “inchado” e, sendo assim, novos concursos só serão realizados caso forem essenciais.
Reforma administrativa
O presidente disse esperar ainda que a reforma administrativa seja encaminhada o “mais rápido possível” e que o tema será tratado ainda hoje com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Não é travar (concurso público). É um peso muito grande o serviço público no Brasil. Vocês devem lembrar da promulgação da Constituinte, a quantidade de trens da alegria, isso inchou os quadros. Se não fizer algo, atuais servidores vão ficar sem receber lá na frente. Então não é travar. Concursos públicos, só os essenciais, essa que é a ideia”, disse.
O presidente destacou que alguns concursos públicos feitos no passado só receberam seguimento recentemente.
“Tem concursos que foram feitos no passado que nós demos prosseguimento agora. Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal. Se tiver necessidade, a gente vai abrir concurso, mas não podemos ser irresponsáveis a tempo de abrir concursos que poderão ser desnecessários”, disse, ao ser questionado sobre a decisão da equipe econômica.
Sobre a reforma administrativa, Bolsonaro disse considerar que ela está “madura” para ser apresentada, embora ainda faltem “algumas alterações” na proposta.
Extinção
Para Bolsonaro a “extinção de profissões” que não cabem mais nos dias atuais também é tema da reforma administrativa.
“Uma coisa importante da reforma administrativa é extinção de algumas profissões que não cabem mais. Hoje em dia, acabou datilógrafo. E repito, atuais servidores não vão perder nada”, disse.
O presidente acrescentou ainda reconhecer o trabalho do servidor público. “Temos as carreiras de governo, típicas de Estado, entre as forças armadas, polícia federal, rodoviária, receita, CGU, entre outras, tem que ter estabilidade, sem problema nenhum.”
(Com Estadão Conteúdo)