A Argentina parece disposta a aceitar os acordos comerciais que vêm sendo costurados pelo Mercosul com outros blocos e países, mas com ressalvas.
Após reunião por videoconferência com representantes de Brasil, Paraguai e Uruguai, o Ministério de Relações Exteriores do país emitiu nota sinalizando suas ressalvas.
“A ideia é que o bloco avance em conjunto nas negociações regionais, tendo em conta a defesa de seu tecido produtivo e o cuidado com o emprego nacional”, diz trecho do comunicado, replicado pela Folha de S.Paulo.
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A ideia do governo da Argentina é simplesmente proteger a produção do próprio país em setores sensíveis e evitar uma crise ainda maior após o fim da pandemia de coronavírus.
“O Mercosul deve estar conectado ao mundo, com fluxos de investimento, transferência de tecnologia e mercados globais, mas protegendo seus setores sensíveis, o trabalho e a criação de valor agregado na região”, pontuou o ministério, de acordo com a AFP.
Secretário diz que abertura não será “frívola”
Jorge Neme, secretário da Argentina para o Mercosul, assegurou que as exigências do país não são para que a abertura do mercado se torne frívola, superficial. E repetiu qual a principal preocupação do presidente Alberto Fernández.
“Não se trata de uma abertura frívola que expõe sua estrutura de produção à competição externa. A situação econômica internacional apresenta um panorama de incerteza, com indicadores de queda nas economias desenvolvidas e uma queda acentuada no comércio. Nosso objetivo é proteger os setores vulneráveis de nossa economia”, concluiu.
A próxima reunião dos principais países do Mercosul deve acontecer no dia 12 de maio, novamente por meio de uma videoconferência.
A Argentina, pelo menos até o momento, rejeita uma abertura comercial que afete seus objetivos de “normalizar a enorme dívida externa herdada e os níveis muito críticos de sua atividade econômica”.
As negociações do Mercosul que seguem em andamento e que, por enquanto, não contam com a participação da Argentina são com Coreia do Sul, Canadá, Cingapura e Líbano.
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