O governo deve intensificar negociações comerciais e diplomáticas junto à Organização Mundial do Comércio (OMC), no sentido de “demonstrar os equívocos” das restrições ambientais adotadas contra o Brasil pelo Reino Unido, União Europeia e Estados Unidos.
Esse foi o motivo do ofício – encaminhado, nessa segunda-feira, pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), solicitando providências à ministra da Agricultura, Tereza Dias, e aos titulares das pastas da Economia, Relações Exteriores e Meio Ambiente.
Desmatamento e punição
Por conta do desmatamento no país, governos de países consumidores da carne brasileira estão aprovando, como punição, leis que implicam maior controle e certificações mais rigorosas para permitir a entrada do produto nacional naqueles mercados.
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A consequência imediata dessa posição, segundo a Abrafrigo, é o risco de “inviabilizar a produção de diversas indústrias e produtores agropecuários”.
Apreensão crescente
Essas medidas, continua a associação – que representa mais de 50% da produção brasileira de carne bovina – “vem causando grande apreensão em diversos setores agroexportadores brasileiros”.
Como exemplo das novas barreiras, a entidade lembrou que, recentemente, o governo britânico abriu consulta pública para formular uma lei que endurece a fiscalização de grandes empresas importadoras de produtos agropecuários “relacionados aos riscos de desmatamento”.
‘Efeito dominó’
A preocupação da Abrafrigo é que as medidas restritivas, adotadas pelo Reino Unido, acabem sendo seguidas por outros importantes parceiros comerciais do país, num efeito dominó que pode levar a “perdas incalculáveis ao agronegócio nacional e ao seu comércio exterior”.
A associação lembra, ainda, que o Brasil, a despeito dos entraves levantados no exterior, possui uma das legislações ambientais mais restritivas e rigorosas do mundo, “o que coloca a agropecuária brasileira num patamar superior ao de seus maiores concorrentes internacionais.